Ainda estou na comissão do Vaticano, diz Peter Saunders, sobrevivente de abuso sexual

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27 Junho 2016

O ativista britânico Peter Saunders tem insistido que ele ainda faz parte da comissão do Vaticano para proteção de crianças contra abusos.

Em uma carta publicada no Catholic Herald de hoje, Saunders diz que, embora tenha sido encorajado a renunciar depois de suas fortes críticas ao ritmo das reformas do Vaticano, ele está apenas em "licença".

A informação foi publicada por Catholic Herald, 24-06-2016. A tradução é de Luísa Flores Somavilla.

Ele diz que espera levar um "painel consultivo de vítimas e sobreviventes" para assistir a Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores. Isto foi sugerido pelo Presidente da Comissão, o Cardeal Seán O'Malley, que tinha consultado o grupo "G8" de cardeais.

Saunders, o fundador da NAPAC (Associação Nacional de Pessoas Abusadas na Infância), foi um membro ativo da comissão do Vaticano até fevereiro, quando ele tirou licença após questionar o compromisso do Papa Francisco com a reforma.

Saunders relatou, na época, ter pedido ao Papa para marcar uma reunião e que seria "ultrajante" caso Francisco não o fizesse. Ele também criticou a nomeação de um padre chileno, Juan Barros, a um bispado. O bispo Barros tem enfrentado acusações de encobrir as práticas abusivas de um padre. "As pessoas no Chile agora veem a comissão como motivo de chacota e eu não posso fingir que a comissão significa alguma coisa ao menos que [o Papa] exonere Barros", disse Saunders.

Na carta publicada hoje, Saunders diz que ele se recusou a renunciar quando o Cardeal O'Malley sugeriu. "Eu lhe disse que não estava preparado para fazê-lo e ele levou minha decisão para Roma, na recente reunião de cardeais".

Saunders escreveu que, após a sugestão do cardeal sobre o painel consultivo, "eu disse ao Cardeal O'Malley que gostaria de discutir com outras partes interessadas e que nós conversaríamos novamente em alguns meses". Esta é a situação atual.

"Eu ainda estou afastado da Comissão, mas continuo empenhado em fazer tudo o que eu puder para ajudar a nossa Igreja a tornar o mundo um lugar mais seguro para as crianças".

Saunders diz que o painel consultivo proposto poderia seguir o modelo do painel de vítimas e sobreviventes do inquérito de Goddard, criado pelo Governo para investigar o histórico de abuso de crianças.