Fazer memória de Jesus

Fonte: Religión Digital

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04 Junho 2021

 

 

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Marcos 14,12-16.22, que corresponde à Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, ciclo B, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

 

Eis o texto.

 

Jesus cria um clima especial na ceia de despedida que partilha com os Seus na véspera da sua execução. Sabe que é a última. Já não voltará a sentar-se à mesa com eles até a festa final junto ao Pai. Quer deixar bem gravado na sua memória o que sempre foi sua vida: paixão por Deus e entrega total a todos.

Nessa noite vive tudo com tanta intensidade que, ao distribuir o pão e distribuir-lhes o vinho, diz-lhes estas palavras memoráveis: «Assim sou Eu. Dou-vos a minha vida inteira. Olhai: este pão é o meu corpo partido por vós; este vinho é o meu sangue derramado por vós. Não me esqueçais nunca. Fazei isto em memória de mim. Recordai-Me assim: totalmente entregue a vós. Isto alimentará as vossas vidas».

Para Jesus é o momento da verdade. Neste jantar, reafirma-se na sua decisão de ir até o fim na sua fidelidade ao projeto de Deus. Continuará sempre do lado dos fracos, morrerá enfrentando a quem deseja outra religião e outro Deus esquecido do sofrimento do povo. Dará a sua vida sem pensar em si mesmo. Confia no Pai. Deixará tudo nas suas mãos.

Celebrar a Eucaristia é recordar este Jesus, gravando dentro de nós como viveu até o fim. Reafirmarmo-nos na nossa escolha de viver seguindo os seus passos. Tomar a nossa vida nas nossas mãos para tentar vivê-la até as últimas consequências.

Celebrar a Eucaristia é, acima de tudo, dizer como Ele: «Esta minha vida não quero guardá-la exclusivamente para mim. Não quero guardá-la só para o meu próprio interesse. Quero passar por esta terra reproduzindo em mim algo do que Ele viveu. Sem encerrar-me no meu egoísmo; contribuindo desde o meu local e da minha pequenez para fazer um mundo mais humano».

É fácil fazer da Eucaristia algo muito diferente do que é. Basta ir à missa para cumprir uma obrigação, esquecendo o que Jesus viveu na última ceia. Basta comungar pensando só em nosso bem-estar interior. Basta sair da igreja sem nunca decidir viver de forma mais entregue.

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