06 Novembro 2020
A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Mateus 25,1-13, que corresponde ao 32° Domingo do ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
Mateus escreveu o seu evangelho em momentos críticos para os seguidores de Jesus. A vinda de Cristo foi-se atrasando. A fé de muitos se foi relaxando. Era necessário reavivar de novo a primeira conversão recordando uma parábola de Jesus.
O relato fala-nos de uma festa de casamento. Cheias de alegria, um grupo de jovens «saem à espera do esposo». Nem todas estão bem preparadas. Algumas levam consigo óleo para acender as suas tochas; as outras nem sequer pensaram nisso. Acreditam que basta levar tochas nas mãos.
Como o esposo demora em chegar, «a todas entra o sono e adormecem». Os problemas começam quando se anuncia a chegada do esposo. As jovens previdentes acendem as suas tochas e entram com ele no banquete. As inconscientes veem-se obrigadas a sair para comprá-lo. Quando voltam, «a porta está fechada». É demasiado tarde.
É um erro procurar um significado secreto para o «óleo»: será uma alegoria falar do fervor espiritual, da vida interior, das boas obras, do amor...? A parábola é simplesmente uma chamada para viver a adesão a Cristo de forma responsável e lúcida agora mesmo, antes que seja tarde. Cada um saberá o que é que deverá cuidar.
É uma irresponsabilidade chamar-nos a nós mesmos de cristãos e viver a própria religião sem fazer qualquer esforço por nos parecermos com Ele. É um erro viver em autocomplacência na própria Igreja sem considerar uma verdadeira conversão aos valores evangélicos. É próprio de inconscientes sentirmo-nos seguidores de Jesus sem "entrar" no projeto de Deus que ele quis colocar em marcha.
Nestes momentos em que é tão fácil «relaxar», cair no cepticismo e «ir andando» pelos caminhos seguros de sempre, só encontro uma maneira de estar na Igreja: convertendo-nos a Jesus Cristo.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Antes que seja tarde - Instituto Humanitas Unisinos - IHU