Arriscar tudo por Jesus

Fonte: Religión Digital

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28 Agosto 2020

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Mateus capítulo 16,21-27, que corresponde ao 22° Domingo do ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto.

Não é fácil olhar para o mundo interior de Jesus, mas no seu coração podemos intuir uma experiência dupla: sua identificação com os últimos e sua total confiança no Pai. Por um lado, sofre com a injustiça, as desgraças e as doenças que fazem sofrer a tantos. Por outro lado, confia totalmente nesse Deus Pai, que nada mais quer do que arrancar da vida o que é mau e faz sofrer seus filhos.

Jesus estava disposto a tudo para tornar realidade o desejo de Deus, seu Pai: um mundo mais justo, digno e feliz para todos. E, como é natural, queria encontrar entre seus seguidores a mesma atitude. Se seguiam seus passos, deviam partilhar sua paixão por Deus e sua total disponibilidade ao serviço de seu reino. Queria acender neles o fogo que levava dentro.

Há frases que dizem tudo. As fontes cristãs conservaram, com poucas diferenças, um ditado dirigido por Jesus aos seus discípulos: «Se alguém quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas quem a perder por mim, encontrá-la-á». Com essas palavras paradoxais, Jesus convida-os a viver como Ele: agarrar-se cegamente à vida pode levar à sua perda; arriscar de forma generosa e valente leva a salvá-la.

O pensamento de Jesus é claro. Quem caminha atrás Dele, mas continua apegado às seguranças, metas e expectativas que lhe oferece a sua vida, pode acabar por perder o maior bem de todos: a vida vivida segundo o projeto salvador de Deus. Pelo contrário, quem arrisca tudo para segui-lo encontrará vida, entrando com Ele no reino do Pai.

Aqueles que seguem Jesus têm com frequência a sensação de estar «perdendo a vida» por uma utopia inatingível: estaremos desperdiçando nossos melhores anos sonhando com Jesus? Ou estamos gastando nossas melhores energias por uma causa inútil?

O que fazia Jesus quando se via perturbado por este tipo de pensamentos sombrios? Identificar-se ainda mais com aqueles que sofrem e continuar a confiar nesse Pai que pode oferecer-nos uma vida que não pode ser deduzida do que experimentamos aqui na terra.

 

 

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