25 Janeiro 2019
A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 1, 1-4; 4,14-21 que corresponde ao 3° Domingo de Tempo Comum, ciclo C, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
Numa aldeia perdida na Galileia, chamada Nazaré, os camponeses se reúnem, um sábado de manhã, na sinagoga para escutar a Palavra de Deus. Depois de alguns anos a procurar Deus no deserto, Jesus regressa para a cidade onde cresceu.
A cena é de grande importância para conhecer Jesus e entender bem sua missão. De acordo com o relato de Lucas, nesta aldeia quase desconhecida de todos, Jesus fará sua apresentação como um profeta de Deus e irá expor seu programa aplicando a si mesmo um texto do profeta Isaías.
Depois de ler o texto, Jesus comenta com uma frase: “Hoje se cumpre esta Escritura que acabais de ouvir”. De acordo com Lucas, as pessoas “tinham os olhos fixos Nele”. A atenção de todos, passa do texto lido para a pessoa de Jesus. O que podemos descobrir hoje se fixarmos os nossos olhos Nele?
Jesus atua movido pelo Espírito de Deus. Toda a vida de Jesus é impelida, conduzida e guiada pelo encorajamento, força e amor de Deus. Acreditar na divindade de Jesus não é confessar teoricamente uma fórmula dogmática elaborada pelos Concílios. É ir descobrindo de forma concreta nas suas palavras e nos seus gestos, na sua ternura e no seu fogo, o mistério último da vida que os crentes chamam “Deus”.
Jesus é profeta de Deus. Não foi ungido com azeite de oliva como se ungia os reis para transmiti-lhes o poder do governo ou aos sumos-sacerdotes para investi-los de poder sacro. Foi “ungido” pelo Espírito de Deus. Não vem governar ou reger. É profeta de Deus dedicado a libertar a vida. Só podemos segui-lo se aprendermos a viver com o seu espírito profético.
Jesus é Boa Nova para os pobres. Sua atuação é Boa Nova para a classe social mais marginalizada e desamparada: aqueles que mais precisam ouvir algo bom; os humilhados e esquecidos por todos. Começamos a parecer-nos com Jesus quando nossa vida, nossas ações e amor solidário podem ser compreendidos pelos pobres como algo bom.
Jesus vive dedicado à libertação. Entregue à libertação do ser humano de todos os tipos de escravidão. As pessoas O sentem como o libertador do sofrimento, da opressão e do abuso; os cegos O veem como uma luz que liberta do absurdo e do desespero; os pecadores O recebem como graça e perdão. Seguimos Jesus quando nos liberta de tudo aquilo que nos escraviza, nos torna pequenos ou nos desumaniza. Então acreditamos Nele como Salvador que nos encaminha para a Vida definitiva.
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