15 Fevereiro 2024
A reportagem é de Paola Calderón, publicado por Religión Digital, 13-02-2024.
Quatro anos após a promulgação da Exortação Apostólica Pós-Sinodal "Querida Amazônia", a presidência da Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA) reafirma seu desejo de prosseguir com as ações pastorais direcionadas à redação do Marco Geral do Rito Amazônico.
Em uma carta dirigida aos bispos da Amazônia, Dom Pedro Barreto, presidente da Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA), Dom Eugenio Cóter, assessor do organismo para o Rito Amazônico, e o Padre Agenor Brighenti, coordenador do Núcleo, compartilharam os progressos alcançados durante este período, lembrando que há quatro anos a Exortação Apostólica Pós-Sinodal "definiu o curso do trabalho para trazer o Sínodo que acabavam de viver e seu documento final à vida pastoral do território amazônico".
Neste sentido, a comunicação explica que ao longo destes quatro anos vários processos liderados pela CEAMA foram iniciados e consolidados. "O trabalho da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) foi fortalecido, a Rede de Educação Intercultural Bilíngue Amazônica (REIBA) foi estabelecida, o Programa Universitário Amazônico (PUAM) foi lançado, além da própria CEAMA ter alcançado consolidação."
Uma entidade que conseguiu se estruturar graças à realização de duas assembleias gerais. A primeira, virtual, e a segunda, presencial, realizada em Manaus - Brasil, no final de 2023, permitiu, entre outras coisas, a organização dos novos estatutos para obter a aprovação canônica emitida pela Santa Sé.
Paralelamente, a carta compartilha a importância da constituição do Núcleo do Rito Amazônico, cujo objetivo é trabalhar para a elaboração de um rito específico para a Igreja da região, seguindo o mandato do Sínodo expressamente desejado pelo Papa Francisco, um caminho que busca contribuir para a configuração de uma Igreja com um rosto próprio, o rosto dos povos da Amazônia.
Essa meta começa a se concretizar com um trabalho de pesquisa liderado por Nadi de Almeida, especialista encarregada de coletar as informações necessárias nos territórios para estudar a vida dos povos da Amazônia em seus aspectos culturais, históricos, antropológicos, teológicos e rituais. Trata-se de "reconhecer as expressões e sementes do Verbo para integrar tudo isso na vida celebrativa cristã em ação há 500 anos", adverte a carta.
O processo teve início em 2021 e avança na coleta de dados relacionados à vida dos povos amazônicos, assim como às experiências de celebrações inculturadas. "Esse trabalho foi realizado nos territórios amazônicos de língua espanhola e portuguesa. Hoje, temos uma ampla base de dados e informações essenciais para continuar avançando no processo de dar vida a um rito amazônico," afirmam.
Trata-se de uma ferramenta disponível para aqueles que desejam consultá-la, seja como parte do núcleo especializado em Rito Amazônico ou qualquer pessoa interessada em ampliar seus conhecimentos sobre o tema. Dessa forma, a Conferência Eclesial da Amazônia reitera o convite aos bispos das jurisdições eclesiásticas que fazem parte da Pan-Amazônia, para que "sugiram pessoas de contato que vivenciem experiências de celebrações inculturadas ou tenham material elaborado sobre o assunto, de modo que tenhamos acesso a esse material".
Também informam que este itinerário foi enriquecido em novembro de 2023 com sessões de seminários virtuais para os bispos amazônicos, que ao longo de duas semanas foram formados no tema de acordo com sua necessidade linguística.
A ideia é continuar o processo de redação do Marco Geral do Rito Amazônico, no qual será prioritário considerar as expressões ligadas aos territórios específicos. "Estamos pensando em uma base comum, ou seja, nos elementos compartilhados, deixando espaço para as adaptações territoriais com elementos tradicionais diferentes, sempre no espírito de sinodalidade com as Províncias Eclesiásticas".
Assim, com o quadro geral estabelecido, a presidência da CEAMA aspira que o próximo passo seja a elaboração dos rituais dos Sacramentos e sacramentais, onde as experiências de inculturação em curso serão de grande importância.
"É necessário intensificar este trabalho, pois um rito é elaborado a partir dos processos de inculturação presentes na caminhada das comunidades eclesiais." Solicitamos que, com a colaboração dos bispos da Pan-Amazônia, ajudem a identificar as experiências de inculturação relacionadas aos sacramentos, os elementos utilizados para as bênçãos e cerimônias fúnebres, bem como as festas patronais ou aquelas que tradicionalmente identificam as comunidades ou povos amazônicos.
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CEAMA avança firmemente na redação do Marco Geral do Rito Amazônico - Instituto Humanitas Unisinos - IHU