Breve comentário sobre as sete petições ou pedidos do Pai Nosso (de Sant'Agostino)

Foto: Pixabay

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13 Dezembro 2018

O Papa Francisco abriu sua catequese das quartas-feiras com esta reflexão: "Continuemos o percurso de catequese sobre o ‘Pai Nosso’, que começou na semana passada. Jesus coloca nos lábios de seus discípulos uma oração breve, audaciosa, composta por sete pedidos - um número que na Bíblia não é aleatório, indica plenitude. Digo audaciosa, porque, se não a tivesse sugerido Cristo, provavelmente nenhum de nós – aliás, nenhum dos teólogos mais famosos - ousaria rezar a Deus dessa maneira".

A informação é publicada por Il Sismografo, 12-12-2018. A tradução é de Luisa Rabolini.

Quais são as "sete petições ou pedidos" mencionados por Francisco?

Isso é o que Santo Agostinho diz:

Quando, pois, dizemos: Santificado seja o teu nome, exortamo-nos a desejar que seu nome, imutavelmente santo, seja também considerado santo pelos homens, isto é, não desprezado. O que é de proveito para os homens, não para Deus.

E ao dizermos: Venha teu reino que, queiramos ou não, virá sem falta, acendemos o desejo deste reino; que venha para nós e nele mereçamos reinar.

Ao dizermos: Faça-se a tua vontade assim na terra como no céu, pedimos-lhe conceder-nos esta obediência de sorte que se faça em nós sua vontade do mesmo modo como é feita no céu por seus anjos.

Dizemos: O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. Pela palavra hoje se entende este nosso tempo. Ou, com a menção da parte principal, indicando o todo pela palavra pão, pedimos aquilo que nos basta. O sacramento dos fiéis, necessário agora, não, porém, para a felicidade deste tempo, mas para alcançarmos a felicidade eterna.

Dizendo: Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos a nossos devedores, tomamos consciência do que pedimos e do que temos de fazer para merecer obtê-lo. Ao dizer: Não nos leves à tentação, advertimo-nos a pedir que não aconteça que, privados de seu auxílio em alguma tentação, iludidos, consintamos nela, ou cedamos perturbados.

Dizer: Livra-nos do mal nos leva a pensar que ainda não estamos naquele Bem em que não padeceremos de mal algum. E este último pedido da oração dominical é tão amplo, que o cristão em qualquer tribulação em que se veja, por ele pode gemer, nele derramar lágrimas, daí começar, nele demorar-se, nele terminar a oração. É preciso guardar em nossa memória, por meio destas palavras, as realidades mesmas. Pois quaisquer outras palavras que dissermos – tanto as formadas pelo afeto que as precede e esclarece, quanto as que o seguem e crescem pela atenção dele – não dirão nada que não se encontre nesta oração dominical, se orarmos como convém. Quem disser algo que não possa ser contido nesta prece evangélica, sua oração, embora não ilícita, é carnal; contudo não sei como não ser ilícita, uma vez que somente de modo espiritual devem orar os renascidos do Espírito.

A partir da "Carta a Proba" de Santo Agostinho, bispo (Lett 130, 11, 21-12, 22, CSEL 44, 63-64.)

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