• Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
close
search
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
search

##TWEET

Tweet

Malthusianismo das cavernas

Mais Lidos

  • Segundo a ministra-presidente do Supremo Tribunal Militar, o país necessita de vigilância constante

    “O Brasil tem uma tradição autoritária, com surtos de liberalidade”. Entrevista especial com Maria Elizabeth Rocha

    LER MAIS
  • Carta aberta ao Papa Leão XIV: “Chegou a hora de derrubar muros”

    LER MAIS
  • Gaza. “Não há precedentes. Falta leite para os recém-nascidos. O mundo deve intervir”. Entrevista com Amjad Shawa

    LER MAIS

Vídeos IHU

  • play_circle_outline

    MPVM - 4º domingo de Páscoa – Ano C – A missão de cuidar da vida e cuidar da humanidade

close

FECHAR

Image

COMPARTILHAR

  • FACEBOOK

  • X

  • IMPRIMIR PDF

  • WHATSAPP

close CANCELAR

share

21 Agosto 2018

“O malthusianismo cavernoso estabelece uma relação de causalidade, digamos, bastante discutível entre o destempero fornicador dos pobres brasileiros e o crescimento de moradores de rua nas grandes cidades. Deve-se reconhecer que Bolsonaro e seus assessores, em matéria de pobres e de pobreza, prestam homenagem aos pensadores liberais mais reverenciados”, escreve Luiz Gonzaga Belluzzo, economista, em artigo publicado por CartaCapital, 21-08-2018.

Eis o artigo.

Indagado a respeito do crescimento assustador dos moradores de rua nas grandes cidades brasileiras, o candidato à Presidência Jair Bolsonaro respondeu: “Devemos jogar pesado num projeto de planejamento familiar, em especial a mulher. Me desculpa, quem engravida é a mulher”.

A entrevistadora Christina Lemos perguntou se os homens também não deveriam ser responsabilizados pela fúria reprodutiva. Resposta de Bolsonaro: “Mas o homem é mais irresponsável nessa questão de morador de rua. É uma penca de filhos e a mulher fica grávida novamente... Tem que oferecer a essas mulheres métodos contraceptivos, até para que essa população não cresça”.

O candidato chafurda em argumentos do malthusianismo de caserna, opa! (falha nossa), de caverna. Bem sabe o leitor de CartaCapital, Malthus é o economista clássico, contemporâneo de David Ricardo, que formulou a famosa lei da população. A lei definia a maldição que os pobres lançavam sobre seus próprios destinos.

Quando o salário se estabelecia em um nível superior àquele fixado por suas necessidades básicas (preço natural), os trabalhadores incontinentes se entregavam à luxúria e se reproduziam como coelhos, ao dispor de meios para sustentar uma família mais numerosa. Aumenta, assim, a oferta de trabalhadores, o que comprime o nível de salários, que volta a ser fixado em torno da subsistência, o preço natural do trabalho.

Em tempos idos, acossado pelo debate sobre a desigualdade social e econômica no Brasil, o ilustre e ilustrado economista Mário Henrique Simonsen escreveu A Aritmética dos Coelhos. Em seu habitual tartamudeio matemático, Simonsen deblaterava os anti-malthusianos.

Essa turba, dizia o sábio, proclamava ser “mais importante acelerar a taxa de crescimento do produto real e não conter o aumento da população, revelando incapacidade de raciocinar com funções de duas variáveis”.

Em 2005, na Revista Brasileira de Estudos Populacionais, os demógrafos José Alberto Magno de Carvalho e Fausto Brito trataram da questão populacional com equilíbrio e conhecimento. Afirmaram que ainda é enorme a dificuldade para se reconhecer o declínio da fecundidade, a consequente diminuição do ritmo do crescimento populacional e a profunda mudança na estrutura etária. “As tendências demográficas, hoje evidentes, são irreversíveis.”

Para não entregar o ouro ao maniqueísmo que dividiu as opiniões contrárias e favoráveis ao controle da natalidade, os autores reconhecem (vou poupar as aspas): nas regiões estagnadas, como o Semiárido Nordestino, onde a pobreza tornou-se secular, ou em outras, como as grandes áreas metropolitanas, onde reside, atualmente, a maior parte da população mais pobre brasileira, a significativa proporção de filhos não desejados tornou-se parceira da miséria e da degradação social.

“Mulheres, reféns da sua cidadania incompleta, não têm tido a oportunidade de exercer seus direitos reprodutivos, inclusive o direito de regular sua fecundidade, segundo os seus desejos e necessidades. São socialmente empurradas, pela desinformação e falta de acesso aos meios de regulação, para a geração de uma prole que só tem tornado mais grave a sua situação social. A pobreza, repetindo o óbvio, não é fruto do crescimento populacional, mas a ele se articula em muitas circunstâncias, num círculo vicioso que precisa ser rompido por meio de diversas políticas sociais, entre elas o planejamento familiar.”

O malthusianismo cavernoso estabelece uma relação de causalidade, digamos, bastante discutível entre o destempero fornicador dos pobres brasileiros e o crescimento de moradores de rua nas grandes cidades. Deve-se reconhecer que Bolsonaro e seus assessores, em matéria de pobres e de pobreza, prestam homenagem aos pensadores liberais mais reverenciados.

Mandeville, por exemplo, tinha horror a qualquer intervenção legislativa do Estado destinada a proteger “aquela parte mais mesquinha e pobre da sociedade”, condenada a desenvolver um “trabalho sujo e digno de escravos”.

Locke exigia uma vigorosa ação do Estado para disciplinar a chusma de vagabundos e desempregados. Essa rafameia deveria ser internada, para recuperação, em workhouses, verdadeiros antecessores dos campos de concentração. Alexis de Toqueville antecipou Bolsonaro e sua Carteira de Trabalho Verde-Amarela.

O autor da Democracia na América indignava-se com as reivindicações dos trabalhadores para reduzir a jornada de trabalho, uma interferência indevida na liberdade de contratação entre patrões e empregados, mas não trepidava em exigir dos governos liberais severas limitações ao afluxo da população do campo para as cidades.

Leia mais

  • Modelos econômicos desconsideram a vida das pessoas, diz Belluzzo
  • É no desvelar das engrenagens do capital que Marx se mantém atual. Entrevista especial com Luiz Gonzaga Belluzzo
  • A economia se descolou da vida das pessoas. Uma análise do documento 'Oeconomicae et pecuniariae quaestiones'. Entrevista especial com Luiz Gonzaga Belluzzo
  • 'Neoliberalismo está moribundo, mas não sabemos para onde vamos'. Entrevista com Luiz Gonzaga Belluzzo
  • ‘Vi mulheres brigando com homens que fazem de Bolsonaro sua arma de fogo’
  • Bolsonaro e as Forças Armadas: a desastrosa imagem associada
  • O risco de simplificar o fenômeno Bolsonaro
  • Por que o “mercado” flerta com Bolsonaro
  • Bolsonaro se veste de liberal e seus eleitores mantêm apoio (quase) incondicional
  • Bolsonaro, o liberalismo político e a democracia
  • “O futuro não ia ser assim”: Pobreza extrema volta a crescer no Brasil
  • Número de moradores de rua com curso superior cresce 75% em 1 ano no RJ
  • Porto Alegre. População em situação de rua é 3 vezes maior do que apresentado pela Fasc, diz movimento
  • Em oito anos, população de rua de Porto Alegre cresce 75%
  • Moradores de rua: uma situação alarmante

Notícias relacionadas

  • O escândalo econômico do dom

    LER MAIS
  • A luta de Bergoglio contra a economia que mata e suas tensões na Argentina. Entrevista especial com Eduardo de la Serna

    LER MAIS
  • "Esta economia mata. Precisamos e queremos uma mudança de estruturas", afirma o Papa Francisco

    LER MAIS
  • ''A fé não é um produto como todos os outros''. Entrevista com Éric Jaffrain

    Éric Jaffrain, consultor de marketing de organizações sem fins lucrativos, tendo criado o conceito de gift economy, a economi[...]

    LER MAIS
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato

Av. Unisinos, 950 - São Leopoldo - RS
CEP 93.022-750
Fone: +55 51 3590-8213
humanitas@unisinos.br
Copyright © 2016 - IHU - Todos direitos reservados