21 Julho 2018
Um bispo auxiliar, servindo um dos principais conselheiros do Papa Francisco, renunciou ao cargo em Honduras depois de alegações de que ele abusou sexualmente de seminaristas.
A reportagem é de Charles Collins, publicado por Crux, 20-07-2018. A tradução é de Victor D. Thiesen.
O bispo Juan José Pineda Fasquelle serviu como auxiliar do cardeal Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga na Arquidiocese de Tegucigalpa, capital hondurenha.
O cardeal é o coordenador do Conselho dos Cardeais (C9), que aconselha o Papa sobre a reforma da cúria e o governo da Igreja, e é considerado um dos confidentes mais próximos de Francisco.
O comunicado de 20 de julho da assessoria de imprensa do Vaticano, dizia simplesmente que Francisco irá aceitar a renúncia de Pineda Fasquelle, sem dar explicação. No entanto, o bispo tem apenas 57 anos, bem abaixo da idade de aposentadoria dos bispos, que é de 75 anos.
Em março, o National Catholic Register informou que dois seminaristas denunciaram Pineda Fasquelle de tentar ter relações sexuais indesejadas com eles.
O testemunho escrito foi apresentado a um oficial nomeado pelo Vaticano, enviado para investigar irregularidades financeiras na arquidiocese.
O Register citou várias outras fontes que declararam que as tentativas de Pineda Fasquelletas ter relações com seminaristas era comumente conhecidas. Foi feito um esforço para manter o bispo longe do seminário.
Na semana passada, o New York Times relatou alegações semelhantes contra o cardeal Theodore McCarrick, arcebispo aposentado de Washington, que foi ordenado a se abster do Ministério depois que uma alegação credível e fundamentada de abuso a um menor foi feita contra ele.
Assim como Pineda Fasquelle, havia rumores de longa data sobre a atividade sexual de McCarrick com seminaristas.
O Papa Francisco enviou o bispo argentino Jorge Pedro Casaretto a Honduras, após denúncias de improbidade financeira contra Rodríguez Maradiaga.
O cardeal foi acusado de investir mais de US $ 1,2 milhão (cerca de 4,4 milhões de reais) em negócios financeiros duvidosos, perdendo muito desse valor. Ele também estava recebendo centenas de milhares de dólares por seu papel como Grão-Chanceler da Universidade Católica de Tegucigalpa - uma posição puramente cerimonial que tradicionalmente não recebe remuneração.
Segundo o semanário italiano L'Espresso, Casaretto entrevistou cinquenta testemunhas incluindo funcionários administrativos da arquidiocese e da universidade, além de padres, seminaristas, além do motorista e do secretário do cardeal.
O semanário citou uma fonte no Vaticano dizendo que o relatório "entristeceu" o Papa.
