13 Julho 2018
Transformar a forma como os países produzem alimentos é “fundamental” para proteger o futuro dos ecossistemas, disse o chefe da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), o brasileiro José Graziano da Silva.
A reportagem é publicada por ONU Brasil, 10-07-2018.
Graziano destacou que o mundo ainda mantém uma produção de alimentos baseada sobretudo em princípios de 50 anos atrás, frequentemente fazendo uso de produtos químicos hostis ao meio ambiente.
Transformar a forma como os países produzem alimentos é “fundamental” para proteger o futuro dos ecossistemas, declarou o chefe da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).
À medida que grandes áreas de superfície do planeta são utilizadas para cultivar alimentos, criar animais ou produzir insumos como madeira, o setor agrícola – quando administrado de maneira sustentável – pode fazer contribuições significativas para proteger a biodiversidade, disse o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva.
Em discurso durante um diálogo internacional de três dias sobre a integração da administração sustentável de recursos nas políticas e práticas agrícolas, realizado no final de maio, o diretor pediu mudanças transformadoras na produção de alimentos. O objetivo é enfatizar a produção alimentos saudáveis e nutritivos, e ao mesmo tempo proteger a biodiversidade do planeta.
“A biodiversidade é essencial para garantir a segurança alimentar e nutricional global, melhorar os meios de subsistência no campo e aperfeiçoar a resiliência de indivíduos e comunidades”, declarou Graziano.
No entanto, a biodiversidade – nos níveis pertinentes à genética, espécies e ecossistemas – enfrenta uma série de ameaças, observou o diretor-geral da FAO, acrescentando que a produção de alimentos “é grande parte do problema”.
Graziano destacou que o mundo ainda mantém uma produção de alimentos baseada sobretudo em princípios de 50 anos atrás, frequentemente fazendo uso de produtos químicos hostis ao meio ambiente. O diretor também descreveu como a perda de biodiversidade agrícola representa um risco direto à segurança alimentar.
“Apenas três culturas básicas – arroz, milho e trigo – e três espécies de animais – bovinos, suínos e frango – fornecem a maior parte da ingestão de energia alimentar no mundo”, disse.
A diversificação de fontes de alimentos poderia desempenhar um papel fundamental na garantia da segurança alimentar; como plantas geneticamente diversas, que são mais tolerantes a condições mais quentes e secas. Da mesma forma, a diversificação na criação de animais permitiria aos agricultores e pastores melhores condições de adaptação às mudanças nas condições ambientais.
“Isso é especialmente importante atualmente diante de desafios emergentes, como os impactos da mudança climática, a rápida urbanização e também uma população crescente com mudanças na dieta”, completou o diretor da FAO.
No cultivo em fazendas, a implementação de práticas de produção que priorizem a salvaguarda da biodiversidade também pode garantir que alimentos possam ser produzidos de forma sustentável.
Para esse fim, a conferência da FAO reuniu pessoas de todo o setor, para considerar exemplos reais de como a agricultura, pesca e silvicultura foram gerenciadas com sucesso para proteger a biodiversidade.
Uma série de grupos de trabalho também se concentrará nos caminhos para a integração da biodiversidade na agricultura, incluindo a governança global; políticas e legislação nacionais; incentivos e investimentos financeiros; e medidas da cadeia de suprimentos.
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Promover a biodiversidade em todos os setores agrícolas é ‘fundamental’, diz chefe da FAO - Instituto Humanitas Unisinos - IHU