15 Julho 2017
O aviso na porta do Papa: "Proibido reclamar!" (Fonte: Vatican Insider)
O Papa Francisco passa suas férias em sua casa, sem perder o bom humor, apesar de algumas supostas investigações jornalísticas que o retratam entristecido e assediado por adversários internos. Há alguns dias, na porta de sua acomodação, na Casa Santa Marta, apareceu um eloquente e irônico aviso que diz: “Proibido reclamar”. Nele também se lê que “os transgressores estão sujeitos a uma síndrome de vitimismo, com a consequente diminuição do tom de humor e da capacidade para resolver problemas”. E “a pena é dupla, caso a violação seja cometida diante da presença de crianças”. O texto do aviso termina desta maneira: “Para se tornar o melhor de si mesmo é necessário se concentrar nas próprias potencialidades e não nos próprios limites, portanto: deixe de reclamar e atue para tornar sua vida melhor”.
A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada por Vatican Insider, 14-07-2017. A tradução é do Cepat.
Aqueles que perceberam o aviso foram dois interlocutores mais recentes do Pontífice, convidados à Casa Santa Marta, entre os quais há um sacerdote italiano idoso, amigo de muito tempo, que, após ter solicitado a autorização, tirou uma foto para divulgá-lo. Foi o próprio Francisco quem o mostrou, ao final de uma audiência, no início desta semana. Ambos sorriem.
Esse aviso foi elaborado pelo psicólogo e psicoterapeuta Salvo Noé, autor de livros e de cursos motivacionais. Em seu último volume, dedicou algumas páginas justamente a Bergoglio. No último 14 de junho, ao final da audiência na Praça São Pedro, Noé pôde saudar o Papa por alguns instantes, a quem presenteou com seu livro, uma pulseira e o aviso, diante do qual Francisco reagiu com esta frase: “Irei colocá-lo na porta de meu escritório, onde recebo as pessoas”. Contudo, o “escritório” do Papa, onde normalmente acontecem as audiências, é no Palácio Apostólico, cuja austeridade e beleza não combinariam muito com o aviso, um pouco irreverente. Por esta razão, Francisco decidiu colocá-lo na porta de seu quarto.
O psicólogo Salvo Noé entregando o aviso ao Papa na Praça São Pedro (Fonte: Vatican Insider)
Em muitas ocasiões, o autor da Exortação Evangelii Gaudium (A Alegria do Evangelho) apontou que os cristãos devem abandonar os tons da eterna lamentação: “Às vezes – disse o Papa, alguns meses após ter sido eleito -, alguns cristãos melancólicos têm mais cara de pimenta em vinagre, do que de pessoas alegres que possuem uma vida bela!”.
O sacerdote tirou a foto do aviso disse que encontrou Francisco relaxado e sereno. Está trabalhando, apesar das férias, em algumas nomeações curiais (espera-se, por exemplo, a nomeação do novo secretário para a Congregação da Doutrina da Fé), mas também nos discursos que pronunciará durante sua próxima viagem à Colômbia. Durante os últimos dias de junho e os primeiros de julho, com a surpreendente renúncia do Auditor Geral Libero Milone, com a permissão do cardeal George Pell, citado em julgamento na Austrália por supostos abusos contra menores, e com a decisão de não confirmar em seu posto o cardeal Prefeito do ex-Santo Ofício, Gerhard Müller, surgiram muitas hipóteses, dando lugar a várias reconstruções um pouco fantasiosas. Entre elas, a que diz (coisa completamente falsa) que o Papa teria submetido Müller a um surreal interrogatório sobre o celibato sacerdotal e o sacerdócio para mulheres. Outra história fantasiosa diz que Francisco, há algumas semanas, decidiu continuar comendo no refeitório comum da Casa Santa Marta, mas em um espaço separado de todos e de costas.
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O aviso na porta do Papa: “Proibido reclamar!” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU