EUA acusam ex-vice da Guatemala de ligação com narcotráfico

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Por: João Flores da Cunha | 10 Junho 2017

Os Estados Unidos pediram à Guatemala a extradição de Roxana Baldetti, que foi vice-presidente do país entre 2012 e 2015. Os EUA acusam Baldetti de vínculos com o tráfico de drogas. Ela está presa na Guatemala por acusações de corrupção.

No pedido de extradição, as autoridades estadunidenses afirmam que Baldetti “aceitou dinheiro e presentes por parte de traficantes de drogas durante sua campanha eleitoral” à vice-presidência do país.

Durante a campanha, ela teria se reunido com integrantes do cartel mexicano Los Zetas, e aceitado receber dinheiro da organização criminosa prometendo que, na vice-presidência, “restringiria as atividades dos corpos policiais para permitir que os traficantes de drogas que contribuíram para sua campanha utilizassem rotas terrestres, aéreas e marítimas para transportar drogas através da Guatemala”. As drogas passariam pelo México e seriam então exportadas para os EUA.

Baldetti teria recebido 250 mil dólares de Los Zetas, e o cartel também teria providenciado segurança armada para a candidata. As informações foram obtidas a partir da delação premiada de um traficante.

Baldetti é acusada pelos EUA dos crimes de organização criminosa e conspiração para o tráfico de drogas. O pedido formal de extradição foi recebido pelas autoridades guatemaltecas no dia 7-6.

A solicitação de extradição, feita por uma corte do Distrito de Columbia – o distrito federal estadunidense –, se justifica pelo fato de que Baldetti teria contribuído para que drogas ingressassem no território dos EUA.

Ela e o ex-ministro de governo Mauricio López Bonilla teriam conspirado “para distribuir cinco ou mais quilos de cocaína com a intenção e o conhecimento de que a cocaína seria importada ilegalmente aos Estados Unidos”, segundo as autoridades estadunidenses. Bonilla também está preso na Guatemala, acusado de corrupção.

A ex-vice-presidente está em prisão preventiva desde 2015. Na Guatemala, ela é investigada em quatro processos por corrupção, mas não foi acusada por delitos ligados ao narcotráfico. Baldetti enfrenta julgamento pelos crimes de fraude ao Estado, associação ilícita e tráfico de influência.

Ela foi eleita na mesma chapa de Otto Pérez Molina, presidente do país entre 2012 e 2015, quando foi revelado um esquema de corrupção no qual ambos estavam envolvidos diretamente.

Houve protestos populares, e ambos renunciaram a seus cargos. O Partido Patriota, ao qual eles pertenciam, foi dissolvido pelo Supremo Tribunal Eleitoral do país.

O pedido de extradição foi repassado à Suprema Corte de Justiça da Guatemala pelo Ministério Público do país. Um tribunal especializado em crime organizado irá avaliar o pedido.

A eventual extradição só irá ocorrer após a conclusão dos julgamentos a que Baldetti está sendo submetida na Guatemala, o que pode demorar anos.

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