FMI retira sanção imposta à Argentina

Foto: Presidência da Argentina

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Por: João Flores da Cunha | 11 Novembro 2016

O Fundo Monetário Internacional – FMI retirou a moção de censura que havia sido aplicada em 2013 à Argentina por conta da manipulação de índices econômicos oficiais elaborados pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos – Indec. O anúncio, feito no dia 9-11, é mais um sinal de aproximação entre a Argentina, agora liderada por Mauricio Macri, e o mercado internacional.

Durante a presidência de Cristina Fernández de Kirchner (2007-2015), as estatísticas oficiais elaboradas pelo Indec eram alteradas para favorecer o governo. Assim, índices como o de inflação e a taxa de pobreza formulados pelo instituto mostravam um cenário incompatível com a realidade social do país. A perda de credibilidade do Indec fez com que outras entidades elaborassem índices não-oficiais para acompanhar a situação social argentina.

A manipulação das estatísticas se tornou uma polêmica no país e, após assumir, Macri alterou a diretoria do Indec. O instituto foi reorganizado e deixou de emitir novos índices durante os primeiros meses de Macri no poder. Hoje, o país admite oficialmente que um terço de seus habitantes é pobre.

A moção de censura havia sido aplicada à Argentina por conta de manipulações no cálculo do Produto Interno Bruto – PIB do país e do Índice de Preços ao Consumidor – IPC. Ao justificar o fim da sanção, o FMI, através de seu diretório-executivo, fez elogios ao governo Macri. Para Christine Lagarde, diretora-geral do fundo, a decisão é resultado dos “extraordinários esforços realizados pelo novo governo argentino para fortalecer o organismo encarregado das estatísticas nacionais e produzir dados confiáveis e fidedignos”.

O fim da sanção significa o reatamento definitivo da Argentina com o FMINéstor Kirchner havia rompido com o fundo em 2006. O país ficou anos sem acesso ao mercado internacional por conta do calote da dívida externa que ocorreu em meio à crise econômica de 2001.

Macri chegou a um acordo com os fundos abutres, que não aceitavam uma renegociação da dívida, para quitar o que o país lhes devia. Isso permitiu que a Argentina voltasse ao mercado financeiro global. Desde então, o governo tem buscado empréstimos no Exterior, o que aumentou a dívida pública do país.

Desde que assumiu o governo, Macri vem implementando um ajuste fiscal para reduzir o déficit das contas argentinas. Ele tem realizado aumento em tarifas públicas, como a de energia elétrica, gás e transportes. Esses serviços recebiam subsídios públicos na época dos Kirchner; ou seja, o governo financiava uma parte dessa conta para a população.

Macri também se aproximou do empresariado, com quem os Kirchner haviam mantido um enfrentamento. Sua intenção é que o setor produtivo retome o investimento no país para que a economia volte a crescer.

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