04 Novembro 2016
Para o sociólogo italiano Franco Garelli, professor da Universidade de Turim, os jovens estão em busca de fontes de espiritualidade, e o fato de que uma delas seja o Evangelho significa que ele não está tão distante deles.
A reportagem é de Domenico Agasso Jr., publicada no sítio Vatican Insider, 28-10-2016. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O que é o Evangelho para os italianos?
É um ponto de referência, mas posto no fundo, atrás dos bastidores da existência. É um elemento fundamental, mas que deslizou para o fundo. No sentido de que é um livro sagrado ao qual se atribui um grande valor, mas apenas ideal. Deve ser mantido um pouco escondido, porque não serve para o "alimento" cotidiano da alma. Mas, ao mesmo tempo, deve estar acessível, porque, assim que se tem a necessidade de um pouco de consolo, ele pode ser alcançado.
Você esperava que ele fosse mais lido?
No cotidiano não, porque cada dia é desafiador. Digamos assim: não é uma leitura atraente. Eu também acredito que muitos, embora não o consultem, referem-se ao Evangelho nas ideias e nas escolhas. E, além disso, na minha opinião, o dado de quem o lê, 20%, não é pouca coisa: é uma minoria "qualificada".
A atenção dos jovens surpreendeu você?
Sim, é um fenômeno curioso. Significa que os jovens estão em busca de fontes de espiritualidade, e o fato de que uma delas seja o Evangelho significa que ele não está tão distante deles. Sinal de que eles encontram nele palavras preciosas para enfrentar o mistério da vida, decifrar a existência. E para aquecer o próprio coração.
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"Evangelho presente mas pouco lido? Nada de surpreendente." Entrevista com Franco Garelli - Instituto Humanitas Unisinos - IHU