14 Outubro 2016
O líder máximo das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Rodrigo Londoño, conhecido como Timochenko, manifestou nesta quarta-feira, 12, sua confiança de que em breve será encontrada uma solução para ressuscitar o acordo de paz e encerrar 52 anos de guerra, após os eleitores rejeitarem o pacto alcançado em Havana depois de quatro anos de negociações.
“Precisamos unir forças e, juntos, aplicar o bálsamo nas feridas”, disse Timochenko, que está em Cuba, por telefone à Rádio Caracol.
A informação foi publicada por O Estado de S. Paulo, 13-10-2016.
O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, tem ouvido propostas de representantes dos que votaram “não” no plebiscito. Liderados pelo senador e ex-presidente Álvaro Uribe, os opositores ao acordo querem que os líderes das Farc sejam condenados a pelo menos 5 anos de prisão pelos crimes cometidos e sejam proibidos de exercer cargos políticos.
Timochenko considerou ontem que “foi até bom” que o acordo de paz tenha sido rejeitado nas urnas, pois isso permitiu “esclarecer muitas dúvidas” e envolver no debate os que se abstiveram de votar.
“Foi até bom que isso tenha acontecido, pois está permitindo esclarecer muitas dúvidas e, em especial, está comprometendo esse importante setor do povo colombiano que não votou, mais de 63%, a interessar-se por este feito histórico”, disse
Questionado pela Rádio Caracol se as Farc estariam dispostas a fazer alterações nos acordos no que se refere à justiça transicional e participação política, o líder rebelde disse que “seria uma brutalidade voltar a reviver uma discussão que nos levou mais de um ano e meio, que foi uma das discussões mais duras e difíceis”.
Os opositores ao acordo rejeitam principalmente o que chamam de “impunidade total” que, segundo eles, será dada a guerrilheiros responsáveis por “crimes atrozes”.
O governo colombiano libertará presos do Exército de Libertação Nacional (ELN) para que possam atuar como “gestores da paz” e, assim, facilitar as negociações entre Bogotá e a guerrilha, informou o arcebispo de Cali, monsenhor Darío Monsalve, intermediário dos diálogos.
“Profundos conhecedores das regiões envolvidas, certamente (os rebeldes que serão soltos) estarão na mesa de negociações de Quito”, afirmou Monsalve à rádio Caracol, referindo-se à reunião do dia 27 que abrirá a fase pública de diálogos com os guerrilheiros.
Segundo o arcebispo, o ELN tem cerca de 500 presos “e alguns requerem uma solução humanitária para seus casos”.
Essa questão poderá ser resolvida nas próximas semanas, de forma simultânea à libertação dos sequestrados que ainda estão em poder do grupo rebelde, que soltou três reféns em duas semanas.
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Para líder das Farc, pacto será ressuscitado - Instituto Humanitas Unisinos - IHU