Mais de seis mil pessoas salvas no Mediterrâneo num só dia

Mais Lidos

  • O celibato de Jesus: “O que o Papa disse me deixou com um enorme desacordo”. Artigo de Eduardo de la Serna

    LER MAIS
  • A nova extrema-direita e sua atração pela Bíblia e pelas religiões

    LER MAIS
  • Os ataques aéreos permitidos contra alvos não militares e o uso de um sistema de inteligência artificial permitido ao exército israelense levam a cabo sua guerra mais mortífera em Gaza, revela uma investigação de +972 e Local Call

    Uma fábrica de assassinatos em massa

    LER MAIS

Newsletter IHU

Fique atualizado das Notícias do Dia, inscreva-se na newsletter do IHU


Revista ihu on-line

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais

Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

Edição: 551

Leia mais

Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

Edição: 550

Leia mais

30 Agosto 2016

Foram realizadas mais de 40 operações de resgate ao largo da costa Líbia.

Cerca de 6500 migrantes foram resgatados no Mar Mediterrâneo em várias operações na segunda-feira. Trata-se de um dos maiores números de pessoas que tentam chegar à Europa salvas em apenas um dia.

A reportagem é de João Ruela Ribeiro, publicada por Público, 30-08-2016.

De acordo com a guarda costeira italiana, foram realizadas mais de 40 operações ao largo da costa da Líbia para resgatar milhares de pessoas, na sua maioria de origem africana. No domingo, mais de 1100 migrantes e requerentes de asilo foram salvos no estreito da Sicília, diz a AFP.

A Líbia tornou-se num dos pontos de saída de embarcações de refugiados com destino à Europa mais privilegiados pelos traficantes que organizam as travessias. O país continua mergulhado no caos, com um novo governo de unidade nacional a lutar para impor a sua soberania — disputada por poderes rivais — ao mesmo tempo que o autoproclamado Estado Islâmico tenta consolidar uma base de operações que lhe permita recrutar novos militantes e lançar ataques em solo europeu.

As missões de salvamento ocorreram a cerca de 20 quilômetros da cidade líbia de Sabratha e, para além de envolveram embarcações italianas, foram realizadas pela agência europeia de controlo de fronteiras (Frontex) e pelas organizações Proactiva Open Arms e Médicos Sem Fronteiras, segundo a BBC.

A guarda costeira italiana diz estarem reunidas as condições meteorológicas para que estes números se repitam esta terça-feira. A combinação entre um mar calmo e um vento que direcione as embarcações para Norte pode aumentar o tráfego da rota do Mediterrâneo central, explica a AFP.

Os migrantes, cuja maioria será proveniente da Eritreia e Somália, acotovelavam-se em pequenas embarcações de borracha, com combustível suficiente apenas para aguardar pela chegada de equipas de salvamento, totalmente lotadas e algumas das pessoas levavam crianças nos braços.

Na Eritreia, milhares tentam fugir ao regime do ditador Issayas Aferworki, que domina o país com mão de ferro há já 22 anos. O serviço militar obrigatório é uma das modalidades de repressão mais utilizadas por Aferworki, que pode obrigar homens e mulheres a anos, ou décadas, de trabalhos forçados.

Por seu turno, a Somália tem sido ao longo dos anos um dos países de onde mais pessoas têm fugido. Segundo a ONU, os somalis são a terceira nacionalidade mais representada na população de refugiados em todo o mundo. Quando a expressão Estado falhado é utilizada, a Somália é a concretização mais evidente. As autoridades não têm controlo sob uma parte considerável do território e a anarquia reinante permitiu o reforço do grupo jihadista Al-Shabab, próximo da Al-Qaeda.

Desde o início do ano que mais de 283 mil pessoas chegaram à Europa por terra e mar, enquanto 2901 morreram no Mediterrâneo, de acordo com os dados da Organização Internacional das Migrações (OIM).

No ano passado registaram-se mais de um milhão de chegadas à Europa, pondo a nu a incapacidade de vários países do Sul e do Leste em acolher o fluxo de migrantes. A União Europeia tentou responder à situação impondo um sistema de quotas atribuídas a cada Estado-membro para acolher requerentes de asilo.

Sob forte pressão de alguns dos governos na linha da frente das fronteiras externas da Europa, Bruxelas assinou em Março um acordo com a Turquia. Em troca da abolição do sistema de vistos para cidadãos turcos e de um financiamento de seis mil milhões de euros destinado a melhorar as condições de acolhimento, Ancara comprometeu-se a limitar as saídas de refugiados.

As chegadas a partir da rota leste do Mediterrâneo caíram desde a entrada em vigor do acordo — muito criticado por organizações de defesa dos direitos humanos, que acusam o Governo turco de caminhar cada vez mais rumo ao autoritarismo. Entre Janeiro e Julho de 2015, chegaram à costa grega 885 mil migrantes; este ano foram 154 mil, quase todos entre Janeiro e Março — uma quebra de 98% em um ano, segundo a OIM.

Leia mais...

Resposta da UE para refugiados no mar Mediterrâneo é 'fracasso catastrófico', diz MSF

A semana em que o Mediterrâneo engoliu mil pessoas

Marinha italiana recupera cadáveres de mais 458 afogados no Mediterrâneo

Encontrados 22 corpos num barco no Mediterrâneo

A mortal travessia, o pior exemplo da Europa. Artigo de Eduardo Febbro

Um terço dos refugiados que chegaram à Itália sofreu torturas ou violências

Fracassamos com Aylan e Orman

Os refugiados e a responsabilidade cidadã

Comunicar erro

close

FECHAR

Comunicar erro.

Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Mais de seis mil pessoas salvas no Mediterrâneo num só dia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU