Francisco: “Não aos cristãos ‘múmias' e 'vagabundos’”

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Por: Jonas | 05 Mai 2016

Antes de qualquer coisa, há uma coisa indiscutível: o “caminho correto” da vida cristã só é Jesus. Com base nisto, é crucial sempre verificar se a seguimos com coerência ou se a própria fé se perdeu, fragilizou-se ou ficou na metade do caminho. Estes são os tipos de fiéis que não se deve ser: “múmias espirituais”, “vagabundos”, “teimosos”, ou bloqueados na metade do caminho, diante do que gostam. Todos estes “perdem” o caminho do Senhor. É o que apontou o Papa Francisco na homilia matutina da missa na capela da Casa Santa Marta, segundo apontou a Rádio Vaticana.

A reportagem é de Domenico Agasso Jr., publicada por Vatican Insider, 03-05-2016. A tradução é do Cepat.

O Pontífice indicou os diferentes tipos de cristãos que esquecem que o único “caminho correto”, como recorda o Evangelho de hoje, é Cristo, é o próprio Filho de Deus, que diz: “Eu sou o caminho”, “quem me vê, vê o Pai”.

Múmias espirituais

O Papa se deteve nas características destes cristãos que estão confusos, começando pelo cristão que ‘não caminha’, que parece que está embalsamado: “Um cristão que não caminha, que não faz o caminho, é um cristão não cristão. Não se sabe o que é. É um cristão um pouco ‘paganizado’: está ali, estagnado, não segue adiante na vida cristã, não faz florescer as Bem-Aventuranças em sua vida, não faz as obras de misericórdia... Está parado. Perdoem-me a palavra, mas é como se fosse uma ‘múmia’, ali..., uma ‘múmia espiritual’. E existem cristãos que são ‘múmias espirituais’. Parados, ali. Não fazem mal, mas não fazem o bem”.

Os teimosos e os vagabundos

Também há cristãos teimosos. Embora, quando se caminha é possível que alguém erre o caminho, isso não é o pior. Francisco advertiu que “a tragédia é ser teimoso e dizer: ‘este é o caminho’. E não deixar que a voz do Senhor nos diga que não o é, que nos diga: ‘retorne e pegue o caminho verdadeiro’. Depois, a quarta categoria, a dos cristãos que ‘caminham, mas não sabem para onde vão’: “São errantes na vida cristã, vagabundos. Sua vida é um ir dando voltas, aqui e ali, e assim perdem a beleza de se aproximar de Jesus, do caminho de Jesus. Perdem o caminho, porque ficam dando voltas, e são tantas vezes esse vagabundear, que os conduz a uma vida sem saída: o vagabundear muito se transforma em um labirinto e, depois, não sabem como sair. Perderam esse chamado de Jesus. Não possuem bússola para sair e dão voltas, procuram.

Na metade do caminho

“Há outros – explicou o Papa – que no caminho ficam seduzidos por uma beleza, por algo, e ficam na metade do caminho, fascinados pelo que veem, por uma ideia, uma proposta, uma paisagem... E param! A vida cristã não é uma fascinação: é uma verdade! É Jesus Cristo!”.

Por isso, Francisco convidou a se perguntar: “Como vai o caminho cristão que comecei no Batismo? Estagnado? Equivocado? Vagabundeando espiritualmente? Detenho-me diante do que gosto: mundanidade, vaidade? Ou sempre sigo adiante, fazendo com que as Bem-Aventuranças e as obras de misericórdia sejam concretas...”. O Papa recordou que o Caminho de Jesus está cheio de consolações, de glória e também de cruz, mas sempre com a paz na alma. E animou a nos perguntar como é o nosso caminhar:

“Fiquemos hoje com a pergunta, mas nos perguntemos, cinco minutinhos... Como eu estou neste caminho cristão? Estagnado, equivocado, dando voltas, parando diante das coisas que gosto, ou no caminho de Jesus: ‘Eu sou o Caminho’? E peçamos – concluiu – ao Espírito Santo que nos ensine a caminhar bem, sempre! E, quando nos cansamos, um pequeno refresco e avante. Peçamos esta graça”.