Recusa de aperto de mão por estudantes muçulmanos causa confusão na Suíça

Mais Lidos

  • O economista Branko Milanovic é um dos críticos mais incisivos da desigualdade global. Ele conversou com Jacobin sobre como o declínio da globalização neoliberal está exacerbando suas tendências mais destrutivas

    “Quando o neoliberalismo entra em colapso, destrói mais ainda”. Entrevista com Branko Milanovic

    LER MAIS
  • Abin aponta Terceiro Comando Puro, facção com símbolos evangélicos, como terceira força do crime no país

    LER MAIS
  • A farsa democrática. Artigo de Frei Betto

    LER MAIS

Assine a Newsletter

Receba as notícias e atualizações do Instituto Humanitas Unisinos – IHU em primeira mão. Junte-se a nós!

Conheça nossa Política de Privacidade.

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

08 Abril 2016

Uma decisão que permite que dois estudantes muçulmanos se recusem a participar na tradição de apertar as mãos da professora desencadeou uma polêmica nacional na Suíça.

Os dois adolescentes tiveram a autorização para não cumprimentar a professora com um aperto de mão na escola em Therwil, no norte do país, após dizerem que tocar uma mulher fora do ambiente familiar ia contra a fé muçulmana.

A reportagem é de Rosie Scammell, publicada por Religion News Service, 06-04-2016. A tradução de Isaque Gomes Correa.

Os meninos são irmãos, com 14 e 15 anos de idade, e um deles postou um material em sua página de Facebook em apoio do grupo que se intitula Estado Islâmico, segundo reportagem do jornal Basler Zeitung.

A decisão da escola vem enfrentando críticas, com o sindicato dos professores considerando discriminatória a atitude, de acordo com a BBC. Desde então, a escola ajustou a sua regra para afirmar que os dois meninos não devem apertar as mãos de homens ou mulheres.

O prefeito local, Reto Wolf, disse que os moradores locais estavam também insatisfeitos com a decisão.

“Na nossa cultura e no nosso modo de comunicação, um aperto de mão é normal e envia um sinal de respeito pela outra pessoa, e isso tem de ser ensinado às crianças na escola”, disse ele à BBC.

A ministra da Justiça, Simonetta Sommaruga, disse que os apertos de mãos fazem parte da cultura nacional e a decisão da escola não se enquadrava em sua visão de integração.

Algumas organizações muçulmanas a apoiaram. A Federação Suíça das Organizações Islâmicas afirmou não haver referência alguma no Alcorão que justifique a recusa no aperto de mão a uma professora, informou a BBC. Porém Conselho Central Islâmico da Suíça sustentou que os apertos de mãos entre homens e mulheres não são permitidos.

Os muçulmanos formam 5% da população no país alpino, que proibiu a construção de minaretes em um referendo em 2009.