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10 Março 2016

“As características da inflação brasileira de então (anos 1980) levaram um grupo de economistas – depois intitulados “pais do Cruzado” - a concluir que a inércia não era só uma parte das causas da inflação; aqui, a inflação seria predominantemente inercial e, portanto, era preciso atacar prioritariamente essa causa, pois as políticas fiscais e monetárias seriam insuficientes. A partir desse diagnóstico, duas linhas principais de terapia se formaram: o choque heterodoxo e a moeda indexada”, escreve Estêvão Kopschitz Xavier Bastos, economista, autor do Guia de Análise da Economia Brasileira (Ed. Fundamento, 2015), em artigo publicado por Público, 09-03-2016.

Eis o artigo.

Há trinta anos, o Brasil era surpreendido com o Plano Cruzado, que decretou o congelamento geral de preços e salários, extinguiu o cruzeiro e instituiu o cruzado como moeda nacional, com um cruzado (CZ$ 1,00) equivalendo a mil cruzeiros (Cr$ 1.000 – sem vírgula e dois zeros, pois, no cruzeiro, não existiam mais os centavos). A inflação atingira 100% em 1980 e havia superado 200% em 1985, ano anterior ao do Plano Cruzado, decretado em 28 de fevereiro de 1986. O brasileiro havia se acostumado a, resignadamente, conviver com a inflação, que, àquela altura, estava em cerca de 15% ao mês. De repente, após o congelamento, ele viu, maravilhado, a taxa despencar para cerca de 1% ao mês. Isso durou só por uns oito meses, antes do dragão devorador de salários voltar ainda mais forte, como nos filmes em que o monstro, aparentemente derrotado, renasce muito mais ameaçador. Mas, enquanto a estabilidade de preços durou, sem saber o que o esperava adiante, o cidadão experimentou a vida sem inflação, em que não era preciso gastar todo o salário assim que recebido, em que era possível pensar no futuro além de poucos meses à frente, em que se sabiam de cabeça os preços das coisas, em que os preços vinham impressos nos produtos, pois não mudariam.

Em novembro do mesmo ano, porém, logo após as eleições, o governo suspendeu o congelamento e a inflação, em apenas três meses, voltou ao nível anterior ao plano e, com mais três meses, já superava os 20% ao mês. Depois, vieram outros congelamentos, no Plano Bresser, em 1987, no Plano Verão, em 1989 e no Plano Collor, em 1990. Só com o Plano Real, em 1994, a hiperinflação brasileira finalmente acabaria, realizando o que, no Cruzado, fora apenas uma ilusão.

Mas como se chegou à ideia de um congelamento geral de preços e salários, que parece hoje tão absurda? Entre o fim da 2ª. Guerra Mundial (1945) e o primeiro choque do petróleo (1973), a inflação no Brasil nunca foi muito baixa, com um ou outro ano como exceção. Medida pelo IGP da FGV, a taxa nesse período teve média de 26% ao ano, com mínimo de 3% em 1947 e máximo de 92% em 1964. Nos anos seguintes a esse pico, de 1965 a 1973, a inflação se reduziu, paulatinamente, para cerca de 30% ao ano (1965-1968), 20% ao ano (1969 e 1970) e 15% ao ano (1972-1973). Mas, ao mesmo tempo, em 1964, foi criada, oficialmente, a correção monetária, pela qual muitos preços e valores eram atualizados automaticamente pela inflação passada. A disseminação dessa prática permitiu a convivência com a inflação por um longo período e simultaneamente a enrijeceu, dificultando seu combate através das tradicionais politicas fiscais e monetárias. No início dos anos 1980, com o segundo choque do petróleo e as maxidesvalorizações do cruzeiro perante o dólar, a inflação mudou de patamar, como mencionado, primeiro para 100% ao ano e, depois, para 200% ao ano.

A inércia ou persistência inflacionária vem da reprodução da inflação passada através da indexação. A inflação, quase sempre, tem um componente inercial, uma vez que olhar para o que aconteceu com os índices de preços é muitas vezes um elemento importante na formação de preços e negociação de contratos. Porém, as características da inflação brasileira de então levaram um grupo de economistas – depois intitulados “pais do Cruzado” - a concluir que a inércia não era só uma parte das causas da inflação; aqui, a inflação seria predominantemente inercial e, portanto, era preciso atacar prioritariamente essa causa, pois as políticas fiscais e monetárias seriam insuficientes. A partir desse diagnóstico, duas linhas principais de terapia se formaram: o choque heterodoxo e a moeda indexada. No primeiro caso, “choque” se contrapunha a gradualismo; e “heterodoxo”, a ortodoxo. Isto é, a inflação brasileira requeria um tratamento radical, mas não de recessão induzida por políticas fiscais e monetárias contracionistas (o que seria proposto pela ortodoxia): a solução era o congelamento geral de preços e salários por algum tempo, para interromper o processo de autoalimentação da inflação. Por sua vez, a terapia da moeda indexada propunha, em vez de tentar desindexar a economia a partir do congelamento, superindexá-la a uma moeda-índice que, ao ter correção diária, acabaria com a inércia, já que os preços, salários e contratos, corrigidos diariamente, não teriam perdas a serem repostas, uma vez adotada a nova moeda. Sabemos, agora, que isso funcionou no Plano Real, em 1994, com a URV – Unidade Real de Valor. Mas, em 1986, prevaleceu a ideia do choque heterodoxo. É importante lembrar que, quando o Cruzado foi decretado, dois programas recentes que incluíam congelamento pareciam estar dando certo: o da Argentina, instaurado em junho de 1985 e o de Israel, iniciado em julho também de 1985. O da Argentina deu errado e o de Israel deu certo, mas nada disso se sabia, claro, em fevereiro de 1986.

A partir daí, o país embarcaria numa série de planos fracassados, que culminaria com o confisco dos depósitos no Plano Collor, acompanhado de mais um congelamento. Esses planos posteriores ao Cruzado tiveram pouca credibilidade e o insucesso já era esperado por boa parte dos agentes econômicos, assim como a próxima tentativa, gerando uma série de comportamentos defensivos que agravavam ainda mais o quadro inflacionário. Mas o Cruzado deixou na população o gosto e o desejo da estabilidade do poder de compra da moeda.


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