03 Mai 2010
O tema central da Assembleia Geral da CNNB "As Comunidades Eclesiais de Base", que inicia nesta semana, é o tema do artigo de Antonio Cechin.
Artigos e mais artigos estão aparecendo diariamente nos noticiários dos meios de comunicação focalizando a crise na Igreja Católica, em tudo só comparável com a crise provocada pela Reforma Protestante, desencadeada pelo teólogo alemão Martinho Lutero, que havia pertencido à ordem religiosa católica dos padres agostinianos. Em compensação às duas grandes crises – a protestante do século XVI e a atual - vivemos, no século passado, na década de 1960, uma Boa Nova para não dizer Magnífica Notícia, que foi a realização do Concílio Vaticano II. Analistas se referiram a esse conclave que reuniu os bispos do mundo inteiro, como a um tempo de primavera para a Igreja.
Nesta Semana entrante reunir-se-á a grande Assembléia anual da CNBB. Nada mais coerente do que em tempos de Crise como a que vive a grande instituição, adotar como tema central “As Comunidades Eclesiais de Base”. Em crise o modelo velho de Igreja? Então VIVA O NOVO MODELO: AS CEBS!”. Aliás, esta foi a melhor definição que lhe deu nosso saudoso cardeal Aloísio Lorscheider: “As Comunidades Eclesiais de Base SÃO O JEITO NOVO DE SER IGREJA”.
No nosso entender chegou o momento de “sacudir o pó das sandálias” – expressão do Divino Fundador da Igreja – para o modelo “velho” de Igreja e estender para o mundo inteiro o modelo NOVO que os pobres da América Latina criaram para a Igreja Universal, como contribuição de gente que pouco tem para dar, mas que dá com alegria. Os tempos estão mais do que maduros para esse salto qualitativo para todo o catolicismo universal. Tudo se tornará NOVO então: fé, espiritualidade, catequese, liturgia, teologia. As próprias instituições eclesiásticas ver-se-ão obrigadas a se revestir de “roupas novas em vez de apenas pequenos remendos com pano novo” para ser fiel a outra comparação do Nazareno.
Todos sabemos que Dom Hélder, antes de morrer, sonhou o ano 2000 como o ano fatídico em que a Igreja realizasse o Concílio Vaticano III a fim de completar os trabalhos incompletos do Vaticano II. Em vida, falando com o Papa Paulo VI, de quem era grande amigo, “o padre Hélder” como gostava de ser chamado, deu-lhe a sugestão para que entregasse à Unesco as “riquezas” do Vaticano como, por exemplo, seus museus tipo quadros famosos e capela Sixtina, porque, teria dito Dom Hélder, tudo o que a Igreja acumulou durante dois mil anos é patrimônio construído não só por ela mas também pela humanidade toda. Entregue o Vaticano inteiro à grande organização dos povos da terra, seria uma maravilha se o Papa fosse morar, por exemplo, no Trastevere, um bairro pobre logo ao lado do Vaticano. Que capital imenso recuperaria nossa instituição em termos de Fé e Profetismo!
(cfr. notícia do dia 03-05-10, desta página).
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
O Jeito novo de ser Igreja. Tema central da próxima Assembleia da CNBB - Instituto Humanitas Unisinos - IHU