13 Novembro 2011
O cardeal Christoph Schönborn transmite à Pfarrerinitiative uma clara rejeição. Ele vê nas muitas demandas e na "palavra de luta" desobediência uma profunda contradição com a identidade da Igreja. Dessa forma, "a unidade da Igreja" estaria em perigo. E o presidente da Conferência dos Bispos da Áustria também rejeita um (novo) diálogo no nível de toda a Áustria, da forma como é praticado, ao contrário, na Alemanha.
A reportagem é de Katharina Zedlacher e Dietmar Neuwirth, publicada no sítio Diepresse.com, 11-11-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Esses são os resultados da assembléia geral de outono do episcopado, em Salzburgo. Mas os bispos querem "prosseguir no caminho dos encontros de diálogo", como anunciou Schönborn na coletiva de imprensa de encerramento. Mas só em nível diocesano. Sob o título geral "O que significa ser pároco?", os bispos querem aprofundar o diálogo com os padres.
Ruptura com a fé
Mas a adesão ao Concílio Vaticano II deve ser mantida em todas as renovações, porque "onde está escrito católico do lado de fora, também deve ser católico por dentro". Schönborn continua dizendo: "Certamente, nós, bispos, levamos muito a sério as preocupações pelo presente e pelo futuro", mas muitas exigências da Pfarrerinitiative seriam "não exequíveis". O fato de uma pessoa leiga presidir uma celebração eucarística seria "uma ruptura aberta com a verdade central da fé católica".
O pedido da abolição do celibato poderia ser decidido não pela Áustria, mas sim pela Igreja universal. No entanto, Schönborn sublinha que o Apelo à Desobediência "não pode permanecer assim". Ele não respondeu a perguntas sobre possíveis sanções. Em vez disso, Schönborn se diz de acordo com os pedidos, de acordo com suas próprias indicações, relativos à acolhida dos divorciados que se casaram civilmente e à pregações por parte dos leigos/as.
Incompreensões
A Pfarrerinitiative e o movimento reformador Wir sind Kirche (Nós Somos Igreja) não querem a recuar um milímetro das suas demandas. Nem mesmo depois da resposta negativa de Schönborn. Helmut Schüller, líder da Pfarrerinitiative, na sexta-feira, fez a pergunta retórica: "A identidade e a unidade da Igreja não são, talvez, mais postas em perigo pelos bispos que continuam negando as expectativas dos párocos e das comunidades?".
Ele deseja um diálogo no nível de toda a Áustria sobre os temas da falta de párocos, do celibato, da acolhida dos divorciados em segunda união. Levar adiante esses diálogos só nas dioceses enfraqueceria a voz da Áustria, que deveria levar as demandas a Roma, de forma articulada.
Disse Schüller: "Estamos estupefatos pelo fato de que não se quis responder positivamente justamente às expectativas manifestadas nos últimos meses para enfrentar os problemas de toda a Áustria". Com a Pfarrerinitiative, ele pretende continuar representando incansavelmente esses pedidos – e "continuar a prática da reforma".
Hans Peter Hurka, chefe da plataforma Wir sind Kirche, se manifestou de uma forma mais drástica. "Isso significa não reconhecer a dramaticidade da situação. O trem para as reformas já saiu da estação. Acreditar que, na metade do caminho, ele possa voltar à estação significa rejeitar a realidade". Ele permanecerá em diálogo com os bispos, mas adverte que "as pessoas se dirigirão para outros lugares, ou vão viver a sua fé de maneira pessoal".
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Schönborn vê unidade da Igreja Católica em perigo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU