Ao contrário do discurso oficial do G-20 ministerial, o governo brasileiro fez uma proposta concreta sobre a modalidade do aumento de capital do
Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo o ministro da Fazenda,
Guido Mantega, o Brasil defendeu que a recapitalização seja feita por meio de empréstimos bilaterais, os
Note Purchase Agreements (NPA), realizados apenas em caso de necessidade.
Em contrapartida, o país quer discutir no futuro a redistribuição de cotas, que determinam a influência no comando da instituição.
A reportagem é de
Andrei Netto e publicada pelo jornal
O Estado de S. Paulo, 16-10-2011.
Segundo o ministro de Finanças da França,
François Baroin, uma maioria dos países do G-20 defende a recapitalização do FMI, que assim garantiria recursos além dos US$ 390 bilhões hoje disponíveis para enfrentar a crise.
Mantega confirmou a convergência, mas reiterou que os Estados Unidos contestam em parte a medida. "A maioria dos países concorda em ter um fundo mais forte e com a munição necessária", disse
Mantega. "Mas os europeus devem fazer a lição de casa. Não será o FMI que vai recapitalizar os bancos."
Mantega ressaltou que o eventual aumento do capital não será feito por todos os países-membros do fundo, mas apenas pelos que decidirem participar de forma voluntária.
A proposta foi feita pelo governo brasileiro e, segundo o ministro, não recebeu restrições, nem mesmo dos Estados Unidos. "Os recursos adicionais serão acordados por empréstimos bilaterais. Mas só se for necessário", disse. "Acredito que haverá concordância americana."
Mesmo que o aumento de capital seja voluntário, porém, o governo brasileiro deixou claro que quer discutir, a partir dessa recapitalização, a redistribuição das cotas. "Vamos ver se vão aceitar essa discussão."
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Brasil propõe empréstimos bilaterais ao FMI - Instituto Humanitas Unisinos - IHU