19 Setembro 2011
A eventual candidatura do presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann, faz parte de uma aposta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na renovação dos líderes do PT, mas é vista com desconfiança por uma boa parte dos atuais dirigentes petistas.
A reportagem é de Raymundo Costa e publicada pelo jornal Valor, 19-09-2011.
Com o economista de 49 anos, o ex-presidente tenta replicar em Campinas, a terceira maior cidade do Estado, a experiência em andamento em São Paulo com o ministro da Educação, Fernando Haddad, "jovem, formação intelectual e boa imagem" - uma exigência do eleitorado para as próximas eleições, segundo pesquisas citadas pelos partidos.
Pochmann, que se diz "lisonjeado" com a lembrança do ex-presidente Lula, seria um nome bem aceito pelo PT de Campinas, cidade que passa por uma grave crise política. O prefeito do PDT foi cassado sob a acusação de corrupção, e o vice, do PT, assumiu, mas está igualmente sob investigação de um grupo especial do Ministério Público.
"O clima é ruim", disse um dirigente petista, pessimista com relação às possibilidades do PT nas próximas eleições em Campinas. Além das denúncias de corrupção contra a administração PDT-PT, faz dez anos do assassinato do ex-prefeito Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT, e há na cidade um movimento para que a Polícia Federal investigue o crime, nunca esclarecido.
Diferentemente de Pochmann, que seria bem recebido pelo PT de Campinas e cuja candidatura de fato poderia ter repercussão na cidade, em São Paulo o nome de Haddad sofre restrições da cúpula do partido. Tanto que quem conduz as articulações para Lula é o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, amigo de Lula, com a ajuda do ex-prefeito de Osasco Emídio de Souza.
O argumento da renovação, que além de Lula tem como defensor também o ex-ministro José Dirceu, não chega a comover os dirigentes de São Paulo. Entre eles, afirma-se que o argumento da renovação com juventude "vale apenas para o Haddad", no caso paulistano.
Em São Paulo, rebatem dirigentes petistas, há outros dois pré-candidatos igualmente jovens e que nunca disputaram um cargo executivo: os deputados federais Jilmar Tatto e Carlos Zarattini. O nome mais bem situado nas pesquisas é o da senadora Marta Suplicy, embora o índice de rejeição da ex-prefeita também seja elevado - 30% dos eleitores, segundo a última sondagem Datafolha.
Na cúpula do PT a avaliação é que o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, é o único nome capaz de unir as correntes do partido numa indicação sem necessidade de disputa interna.
Ao receber a sondagem de Lula, o presidente do Ipea deixou claro que via na sua candidatura uma "possibilidade" de contribuir, mas que vai esperar e avaliar a conjuntura.
O que para o PT é um "clima ruim" que não favorece o partido nas próximas eleições, Pochmann poderia ser apresentado como um nome "anticorrupção". Além de jovem e bem formado intelectualmente, Pochmann não é um político profissional, é um técnico. Além de São Paulo e Campinas, Lula está apostando em nomes novos em outras cidades, como Mogi das Cruzes e Ribeirão Preto.
A reportagem é de Raymundo Costa e publicada pelo jornal Valor, 19-09-2011.
Com o economista de 49 anos, o ex-presidente tenta replicar em Campinas, a terceira maior cidade do Estado, a experiência em andamento em São Paulo com o ministro da Educação, Fernando Haddad, "jovem, formação intelectual e boa imagem" - uma exigência do eleitorado para as próximas eleições, segundo pesquisas citadas pelos partidos.
Pochmann, que se diz "lisonjeado" com a lembrança do ex-presidente Lula, seria um nome bem aceito pelo PT de Campinas, cidade que passa por uma grave crise política. O prefeito do PDT foi cassado sob a acusação de corrupção, e o vice, do PT, assumiu, mas está igualmente sob investigação de um grupo especial do Ministério Público.
"O clima é ruim", disse um dirigente petista, pessimista com relação às possibilidades do PT nas próximas eleições em Campinas. Além das denúncias de corrupção contra a administração PDT-PT, faz dez anos do assassinato do ex-prefeito Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT, e há na cidade um movimento para que a Polícia Federal investigue o crime, nunca esclarecido.
Diferentemente de Pochmann, que seria bem recebido pelo PT de Campinas e cuja candidatura de fato poderia ter repercussão na cidade, em São Paulo o nome de Haddad sofre restrições da cúpula do partido. Tanto que quem conduz as articulações para Lula é o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, amigo de Lula, com a ajuda do ex-prefeito de Osasco Emídio de Souza.
O argumento da renovação, que além de Lula tem como defensor também o ex-ministro José Dirceu, não chega a comover os dirigentes de São Paulo. Entre eles, afirma-se que o argumento da renovação com juventude "vale apenas para o Haddad", no caso paulistano.
Em São Paulo, rebatem dirigentes petistas, há outros dois pré-candidatos igualmente jovens e que nunca disputaram um cargo executivo: os deputados federais Jilmar Tatto e Carlos Zarattini. O nome mais bem situado nas pesquisas é o da senadora Marta Suplicy, embora o índice de rejeição da ex-prefeita também seja elevado - 30% dos eleitores, segundo a última sondagem Datafolha.
Na cúpula do PT a avaliação é que o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, é o único nome capaz de unir as correntes do partido numa indicação sem necessidade de disputa interna.
Ao receber a sondagem de Lula, o presidente do Ipea deixou claro que via na sua candidatura uma "possibilidade" de contribuir, mas que vai esperar e avaliar a conjuntura.
O que para o PT é um "clima ruim" que não favorece o partido nas próximas eleições, Pochmann poderia ser apresentado como um nome "anticorrupção". Além de jovem e bem formado intelectualmente, Pochmann não é um político profissional, é um técnico. Além de São Paulo e Campinas, Lula está apostando em nomes novos em outras cidades, como Mogi das Cruzes e Ribeirão Preto.
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Lula replica "fórmula Haddad" para candidaturas do interior paulista - Instituto Humanitas Unisinos - IHU