30 Junho 2011
Exterioridade e triunfalismo ou busca de interioridade? Há diversas formas de falar sobre a fé e a realidade eclesial. Eu tento seguir o segundo caminho.
A nota é do teólogo italiano Christian Albini, publicada em seu blog Sperare per Tutti, 27-06-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Um aspecto que me faz pensar muito é o dos chamados "retornos". Refiro-me às passagens de anglicanos e episcopalianos à Igreja Católica depois da constituição Anglicanorum coetibus. Essas histórias são contadas pelos meios de informação religiosos com uma espécie de satisfação subentendida por uma suposta "expansão católica". É o recente caso de paróquias episcopalianas do Texas prestes a "voltar para Roma".
Pergunto-me por que se dá tanto espaço a esses fatos e quase nada aos cerca de 30 milhões de norte-americanos (o número não é um erro de digitação) que abandonaram o catolicismo para confissões protestantes. Um êxodo escondido semelhante ao de muitos batizados do nosso país, que, sem abandonar formalmente a fé católica (entre nós, o "mercado religioso" é menos aberto do que nos EUA), de fato dela se separam.
Talvez, às vezes se prefira falar sobre uma "Igreja de imagem" – a dos retornos, do tradicionalismo litúrgico, das devoções populares, do "milagrismo" – que gera notícias e que tranquiliza certos ambientes eclesiais, em vez do cuidado paciente que faz a fé crescer na interioridade e responde às necessidades espirituais das pessoas.
Temo que esta última seja muitas vezes desconsiderada. Daí o êxodo escondido, ou cisma submerso, como já foi definido no passado.
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Triunfalismo e o êxodo escondido - Instituto Humanitas Unisinos - IHU