03 Junho 2011
As equipes de socorro conseguiram resgatar 570 pessoas que iam para a Itália.
A reportagem é de Miguel Mora, publicada no jornal El País, 03-06-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Nova tragédia no Mediterrâneo. Pelo menos três pessoas morreram e outras 230 desapareceram no mar, ao longo da costa de Túnis, na Tunísia, após o naufrágio de um barco que tentava chegar à ilha italiana de Lampedusa, fugindo da violência da Líbia. Segundo fontes oficiais citadas pela agência TAP, os refugiados viajavam em um barco danificado, que foi resgatado pela guarda costeira da Tunísia na noite de terça para quarta, a cerca de 20 milhas da ilha de Kerkennah, ao sul do país.
A Guarda Costeira conseguiu resgatar com vida 570 dos 800 refugiados que viajaram no navio. Os serviços de salvamento deram prioridade a mulheres e crianças, mas muitos refugiados pularam precipitadamente do barco em uma tentativa de nadar até as embarcações que tentavam socorrê-los. Muitos deles não conseguiram.
A Guarda Costeira disse que, durante as operações de resgate, alguns passageiros sofreram um ataque de pânico, o que provocou um tumulto a bordo. Dezenas de pessoas se jogaram no mar, mas as condições meteorológicas, com ventos fortes e chuvas, dificultaram os esforços de resgate.
Um primeiro grupo de 193 sobreviventes foi transportado para o porto de Sfax e posteriormente evacuado para o campo de refugiados de Chucha, perto do posto fronteiriço de Ras Jedir, perto da Líbia, enquanto se esperava fazer o mesmo com outras 385 pessoas resgatadas. A embarcação, de acordo com a TAP, transportava pessoas fugitivas da violência na Líbia, em sua grande maioria da África subsaariana, mas também asiáticos, líbios e paquistaneses. Três dos sete náufragos que foram hospitalizados morreram. Uma centena de sobreviventes eram mulheres e crianças.
Desde janeiro passado chegaram à Europa provenientes da Líbia cerca de 19.000 pessoas (17.500 à Itália e 1.400 a Malta) fugindo do conflito entre as forças do regime de Kadafi e dos rebeldes. Cerca de 25.000 tunisianos desembarcaram em Lampedusa.
O governo italiano evacua os refugiados da Líbia de Lampedusa para o continente para iniciar os trâmites do direito de asilo. Desde o dia 5 de abril, os imigrantes tunisinos são devolvidos ao seu país um mês depois de pisar em solo italiano, em virtude de um acordo bilateral. Em 24 horas, dezenas de tunisianos foram hospitalizadas após ingerir lâminas de barbear e pedaços de vidro para protestar contra sua iminente repatriação.
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Mais de 200 refugiados líbios morrem afogados na costa da Tunísia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU