28 Abril 2011
Julgar: Reflexão e teologia. É o nome do segundo dia da Primeira Jornada Teológica Centro-americana e Caribenha que está acontecendo na Guatemala. Dia, em que os povos originários do país anfitrião, compartilharam suas práticas e crenças com os participantes.
A reportagem é de Douglas Cuevas, da Federação Guatemalteca de Escolas Radiofônicas (FGER), e publicada por Adital, 28-04-2011.
A Guatemala é conhecida em nível mundial por sua beleza natural, com bosques e majestosos lagos, bem como por sua diversidade cultural. E pelos povos maias, respeitosos à mãe terra e aos recursos que a mesma proporciona.
Onde por meio de cerimônias pedem "perdão" pelo dano que ocasionalmente a mão do homem faz à mãe terra, conceito outorgado por Rosalinda Tuyuc, do Conselho Nacional de viúvas de Guatemala (CONAVIGUA) e de origem maia.
Segundo ela, "a espiritualidade tem a ver com uma prática cotidiana que os povos têm, principalmente porque temos entendido que nossa espiritualidade não é nenhuma religião", já que se enfocam em três pontos que regem suas crenças e práticas que são "a vida dos seres humanos", "a natureza" e "o cosmo".
Segundo estes povos, os três pontos anteriores sempre estão juntos desde o início e o fim da vida do homem e da mulher. "Nenhum elemento pode estar sozinho", já que, segundo estes povos, "os três devem estar em harmonia".
Para a espiritualidade dos povos maias, o desenvolvimento significa estar sãos e proteger os recursos naturais (terra, bosque, rios e lagos), mas o conceito que sai desde a capital até as comunidades (projetos mineiros e hidroelétricos) se choca com a forma de pensar destas comunidades.
Para eles (os povos maias), estes projetos causam danos à vida da mãe terra e existem cerimônias para lhe pedir perdão, que chegam a ter durações de até um dia "quando as dívidas dos seres humanos são muito grandes", fazendo menção à contaminação.
Eles também disseram que essas atividades são feitas por guias espirituais, segundo a energia do dia, seja ela masculina ou feminina. A energia masculina é quando o dia é de número par e feminina quando é ímpar.
Apesar de a Guatemala ser um país com a maioria de sua população maia, a extração ilegal e excessiva de árvores, e a contaminação de fontes hídricas, continua fazendo com que, segundo as práticas e crenças maias, o ser humano, neste país, continue golpeando a mãe terra.
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Maias: pedem perdão pela destruição do homem - Instituto Humanitas Unisinos - IHU