Cinquenta teólogos alemães contra a beatificação de João Paulo II

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27 Abril 2011

Cinquenta destacados teólogos da Alemanha, entre eles Hans Küng, assinaram uma carta contra a beatificação de João Paulo II por não ter prestado o devido apoio, sendo Papa, ao arcebispo salvadorenho Óscar Arnulfo Romero, assassinado há 31 anos. Os signatários, segundo o documento publicado pela revista Die Zeit em sua seção "Cristo y el Mundo", argumentam que Romero não obteve o apoio que precisava em sua audiência papal de 1979 e lembram, além disso, a proximidade entre Karol Wojtyla e o fundador do Opus Dei, José María Escrivá de Balaguer.

A reportagem é da agência Efe, 27-04-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Um ano depois dessa audiência, no dia 24 de maio de 1980, Romero foi assassinado por um esquadrão da morte durante um ofício religioso devido ao seu posicionamento contra a Junta salvadorenha.

Os signatários consideram que, com isso, João Paulo II "traiu" a população mais pobre da América Latina.

Entre os signatários da missiva está o político da União Cristão-Democrata (CDU) Heiner Geisler, que reconhece o papel desempenhado por Karol Wojtyla na queda do bloco do Leste, mas considera que seu anticomunismo cegou-lhe na hora de reconhecer o abuso de poder da Junta salvadorenha.

Geisler é um destacado político dentro das fileiras da democracia cristã, reconhecido entre seus compatriotas pelas suas posturas frequentemente discordantes frente à direção da CDU, tanto sob a presidência atual de Angela Merkel como nos tempos de Helmut Kohl.

Junto aos 50 catedráticos de teologia, a carta incorpora as assinaturas de cerca de 300 simpatizantes, assim como de grupos europeus e latino-americanos. O grupo em geral pede, ao contrário, a beatificação do arcebispo Romero.

João Paulo II será beatificado no Vaticano no próximo dia 1º de maio, seis anos e um mês depois da sua morte.