05 Abril 2011
A Costa do Marfim, maior produtor mundial de cacau, obteve uma boa safra e provocou queda de 20% nos preços mundiais do produto no mercado futuro nos últimos 30 dias. O país responde por 33% da oferta mundial.
O agravamento da crise política e as posições contrárias de Alassane Ouattara (presidente reconhecido pela comunidade internacional) e de Laurent Gbagbo (que se recusa a deixar a Presidência) sobre o mercado de cacau trazem apreensão.
A reportagem é de Mauro Zaffalon e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 05-04-2011.
O país tem 450 mil toneladas de cacau prontas para exportar, e qualquer atitude oficial sobre a suspensão ou não dessas vendas deve influenciar o mercado.
Analistas preveem um abastecimento mundial sem a folga que se previa. O preço voltou a subir para US$ 3.020 por tonelada em Nova York.
A safra mundial deverá subir para 3,94 milhões de toneladas no período 2010/11, conforme estimativas divulgadas ontem pela Organização Internacional do Cacau.
Se confirmado esse volume, a alta será de 8%, elevando os estoques mundiais para 119 mil toneladas -na safra 2009/10 houve deficit de 66 mil toneladas.
Os números da safra 2009/10 apontam 1,24 milhão de toneladas produzidas pelo líder Costa do Marfim, volume inalterado em relação a 2008/9, mas 10% menor que o de 2007/8.
O Brasil, que já foi participante importante desse mercado, ocupou a sexta posição na produção mundial na safra 2009/10, com 161 mil toneladas, diz a organização.
A preocupação do mercado é que a intensificação da guerrilha no país, além de dificultar o transporte interno do produto, prejudique a produtividade na próxima safra. O cenário fica ainda mais complicado porque o clima pode não ser tão favorável como foi nesta safra.
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Crise política na Costa do Marfim afeta cacau - Instituto Humanitas Unisinos - IHU