17 Dezembro 2012
Depois dos teólogos, os cardeais e bispos da Congregação para as Causas dos Santos deram a sua luz verde para a beatificação de Paulo VI, o papa que concluiu o Concílio Ecumênico Vaticano II e que liderou a Igreja nos anos difíceis do pós-Concílio. A reunião da consulta ocorreu no dia 10 de dezembro, na sede da Congregação. O resultado da votação foi positivo. Todos os presentes por unanimidade, aprovaram a Positio, ou seja, a documentação do processo, expressando-se favoravelmente à "heroicidade das virtudes" de Giovanni Battista Montini, eleito papa com o nome de Paulo VI em 1963 e que morreu em 1978. A reunião anterior dos teólogos também teve um resultado unanimemente positivo.
A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada no sítio Vatican Insider, 14-12-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Agora, são dois os atos que faltam antes de conhecer a data da beatificação. A promulgação do decreto sobre a heroicidade das virtudes, que cabe ao papa e que está prevista para o próximo dia 20 de dezembro, quando o cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, irá ao encontro do papa em audiência para lhe submeter os decretos referentes aos processos.
O "sim" de Bento XVI é considerado mais do que provável e quase certo, depois das votações unânimes dos teólogos e dos cardeais, e na ausência de diatribes históricas como ocorreram no caso de Pio XII, para quem, ao contrário, o papa quis ter tempo para decidir. Depois do decreto papal, Paulo VI receberá o título de "venerável", e o processo poderá ser considerado encerrado.
O segundo ato necessário em vista da beatificação é o reconhecimento de um milagre, uma cura milagrosa atribuível a Paulo VI e ocorrida depois da sua morte. No caso de Paulo VI, o postulador da causa, padre Antonio Marrazzo, já escolheu, entre as indicações recebidas, um caso de cura que seria "inexplicável" nos primeiros exames.
O suposto milagre se refere à cura de uma criança que ainda não havia nascido, ocorrida há 16 anos na Califórnia. Durante a gravidez, os médicos haviam encontrado um grave problema no feto e, por causa das consequências cerebrais que estão envolvidas nesses casos, haviam sugerido o aborto como único remédio possível para a jovem mãe.
A mulher quis levar adiante a gravidez e se confiou à intercessão de Paulo VI, o papa que, em 1968, escreveu a encíclica Humanae Vitae. O bebê nasceu sem problemas: esperou-se que ele completasse os 15 anos de idade para constatar a ausência de consequências e a perfeita cura.
Mas há também uma segunda cura inexplicável, cuja protagonista é uma freira que sofria de um tumor, que pode ser apresentada à Congregação vaticana.
A vontade de Bento XVI é de proceder rapidamente. A beatificação está prevista para acontecer na conclusão do Ano da Fé. Em 2013, completa-se o 50º aniversário da eleição do Papa Montini e o 35º de sua morte.
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Paulo VI beato: os cardeais dizem ''sim'' por unanimidade - Instituto Humanitas Unisinos - IHU