30 Agosto 2012
O barco, símbolo do ecumenismo, continua navegando na sua rota para a transformação e superação da injustiça. "O Conselho Mundial de Igrejas (CMI) pode ser e continua profético hoje", disse o moderador do organismo ecumênico internacional, o pastor brasileiro Walter Altmann.
A análise do moderador foi apresentada na reunião do Comitê Central do CMI, reunida nesses dias em Kolympari, na Grécia, a convite do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla.
A informação é da Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC), 29-08-2012.
O processo de estudo Ágape (Alternativa à Globalização Econômica para os Povos e a Terra), coordenado pelo CMI, demonstrou que a principal estrutura econômica global exclui a maioria das populações dos benefícios da terra, apontou o moderador.
"Nós estamos reunidos na Grécia, o país da Comunidade Europeia mais afetado pela crise. Independente dos erros que possam ter sido cometidos pela prática política grega, não há dúvida que eles vieram associados a uma prática global dos mercados sem entraves e da especulação financeira sem limites", avaliou.
Muitas das previsões do documento Ágape sobre as consquências da injustiça econômica no mundo infelizmente se concretizaram nos últimos anos, lamentou Altmann.
Destacou que há anos igrejas do mundo pedem um Tratado sobre Comércio de Armas. "Não vamos deixar de lado essa demanda", afiançou, reportando-se à mensagem do secretário geral do CMI, pastor Olav Fykse Tveit, após a conferência promovida pela ONU para tratar do assunto e que terminou praticamente sem avanços concretos.
Também compartilhou a frustração de muitos pela ausência de um forte compromisso assumido na Rio+20, mesmo admitindo aspectos positivos do encontro, dentre eles a valorização do direito à água e ao saneamento básico.
O moderador manifestou seu reconhecimento pelo Concílio Vaticano II. "Não há dúvida de que o Concílio Vaticano II foi alimentado em grande parte pela investigação bíblica e teológica ecumênica dos últimos anos, incluindo discussões sobre a Tradição da Comissão de Fé e Constituição", arrolou em seu relatório apresentado aos 150 integrantes do Comitê Central.
Altmann destacou a importância de dar continuidade às iniciativas ecumênicas com a Igreja Católica Romana, pois elas são essenciais padra o reconhecimento mútuo no caminho para a unidade cristã.
Lembrou, por fim, o tema da X Assembleia do CMI, "Deus da Vida, Conduza-nos à Jutiça e à Paz", que terá lugar em Busan, na Coréia do Sul, de 30 de outubro a 8 de novembro de 2013.
O tema do encontro é "uma invocação a Deus, sabendo que estamos no meio de uma viagem e não podemos ficar quietos", disse. "Devemos deixar que Deus nos empurre mais e mais no caminho da justiça e da paz", analisou.
O Comitê Central é o órgão decisório do CMI no período entre as assembleias.
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A bandeira profética do ecumenismo continua firme no mastro do CMI - Instituto Humanitas Unisinos - IHU