Por: Jonas | 17 Mai 2013
“Fiquei comovido e impressionado pelo encontro com o papa Francisco...”. O patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I (na foto, abraçando o Papa), está a ponto de tomar um pouco de água; uma pequena pausa num dia cheio de compromissos. Acaba de conduzir, em companhia do cardeal Angelo Scola, uma oração na centralíssima Praça Borromeu, que a diocese ambrosiana colocou à disposição da comunidade greco-ortodoxa. Antes do almoço, com seu séquito, participou de um pequeno lanche e aceitou conversar um pouco com o Vatican Insider. Começando pelo encontro fraternal com o papa Francisco, por ocasião da missa de início do ministério do bispo de Roma (durante os últimos séculos, nunca tinha ocorrido que um patriarca de Constantinopla participasse de uma celebração semelhante).
Fonte: http://goo.gl/cekGz |
A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada no sítio Vatican Insider, 15-05-2013. A tradução é do Cepat.
“O encontro foi muito belo e muito intenso”, explicou Bartolomeu I, “fiquei comovido e espero, de verdade, que se realize a peregrinação comum a Jerusalém do sucessor do apóstolo Pedro e do sucessor do apóstolo André, seu irmão, em janeiro próximo”. O patriarca de Constantinopla convidou Francisco à Terra Santa: “Queremos comemorar o 50º aniversário do abraço entre o papa Paulo VI e o patriarca Atenágoras, de 1964. O patriarca de Jerusalém também está de acordo”. Além disso, Bartolomeu também convidou o papa Bergoglio para visitar Istambul, para a festa de Santo André, no dia 30 de novembro. “Nós o convidamos para este ou para o ano que vem”.
O Patriarca também explicou que considera que os primeiros passos de Francisco são muito importantes para o diálogo ecumênico. “Estamos muito felizes pelo acento que colocou sobre seu ser, especialmente, “bispo de Roma”. E também estamos felizes por sua decisão em nomear oito cardeais encarregados de aconselhá-lo: uma decisão que se dirige para a sinodalidade, característica de nossa Igreja”. Bartolomeu também comentou a decisão de Bergoglio de permanecer em Santa Marta: “Quando nos encontramos ali, a vivência juntos em Santa Marta foi uma ocasião para trocas fraternais e para compartilhar a mesa. O Papa, como se sabe, está vivendo na suíte que normalmente me designavam quando estava visitando o Vaticano. Em certo momento, disse-me: Fiquei com o seu lugar...”. E eu o respondi: “Eu o deixo de muito boa vontade!”.
Segundo o Patriarca, foram muitas as ocasiões “para demonstrar nossa boa vontade e nossa decisão de continuar o diálogo ecumênico”. “Há algumas dificuldades – admite Bartolomeu -, inclusive dentro da ortodoxia, mas devemos superá-las para também proceder com o diálogo teológico”.
Enquanto se esperava a chegada do Patriarca, que parou para falar pessoalmente com todos os que participaram na oração, um de seus colaboradores mais próximos contou para o Vatican Insider um episódio ocorrido em outubro do ano passado, durante o último Sínodo dos Bispos. Bartolomeu tinha ido a Roma e tinha se reunido com Bento XVI, a quem convidou para a peregrinação a Jerusalém, em janeiro de 2014, seguindo as pegadas de Paulo VI e Atenágoras. Ratzinger disse-lhe: “É uma ideia muito boa, mas, talvez, caberá ao meu sucessor...”. Nem Bartolomeu, nem os demais bispos tinham dado importância à resposta do Pontífice, que desde então tinha decidido anunciar sua renúncia.
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“Fiquei comovido e impressionado pelo encontro com o papa Francisco”, afirma Bartolomeu I - Instituto Humanitas Unisinos - IHU