30 Abril 2013
O jornal Bild-Zeitung, mais uma vez, acha que sabe das coisas com precisão e escreve hoje: "Zollitsch quer as mulheres". Na notícia, fala-se depois de "mulheres como diaconisas", e a palavra "específico" ao lado de diaconato é frequentemente ignorada.
A reportagem é do sítio da Katholische Nachrichten Agentur, 29-04-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O arcebispo de Friburgo e presidente da Conferência Episcopal Alemã, Robert Zollitsch, explicou nesse domingo, na conclusão da Assembleia Diocesana de Friburgo, que quer se comprometer "pelos novos serviços e cargos eclesiais", "para que sejam abertos também às mulheres, como por exemplo um diaconato específico para as mulheres". E que fará isso "com base na doutrina da Igreja Católica".
Os diáconos trabalham ao lado do padre na pastoral. Esse tipo de diaconato é um primeiro estágio rumo à ordenação sacerdotal e inclui, dentre outras coisas, um tipo de vida celibatária. Não deve ser confundido com o "diaconato permanente". Este último é uma forma de função diaconal que é entendida como função independente, como um serviço em âmbito espiritual, de caridade ou pastoral, e não como uma primeira etapa para o ofício presbiteral. Neste caso, trata-se de homens, normalmente casados, com família. Mesmo esses diáconos permanentes devem ser mais diferenciados das diaconisas, sobretudo pela consagração a eles reservada.
Na assembleia geral da primavera da Conferência Episcopal Alemã, em fevereiro, em Trier, o cardeal da Cúria Walter Kasper havia proposto que se refletisse sobre uma função diaconal feminina específica, uma espécie de "diaconisa de comunidade". Até o presidente da Comissão de Pastoral da Conferência Episcopal, Dom Franz-Josef Bode, havia acolhido favoravelmente essa proposta.
Nesse sentido, segundo Kasper, é possível conectar-se com a tradição particular das diaconisas na Igreja primitiva, que ainda hoje continua em algumas Igrejas ortodoxas orientais. De acordo com Kasper, uma participação das mulheres na função presbiteral e no diaconato específico correspondente dos homens não é possível por motivos dogmáticos.
O bispo de Regensburg, Rudolf Voderholzer, também não vê possibilidade para a consagração de mulheres como diaconisas. Como a função de padre e bispo, o diaconato também pertence, em sua opinião, inseparavelmente ao sacramento da Ordem, e este é, de acordo com a tradição da Igreja fundada sobre as Escrituras, reservado a homens, explicou Voderholzer nesse domingo no site da diocese.
Ao mesmo tempo, ele ressaltou o fato de que "o percentual de mulheres envolvidas em cargos de direção que não pressupõem a ordenação deve ser sensivelmente aumentado". Uma abadessa ou uma superiora-geral, uma conselheira de ordinariato ou uma diretora de uma escola eclesial teria "muito mais possibilidades organizacionais de uma nova função sacramental de serviço organizacional para as mulheres", explicou Voderholzer.
Independentemente desses problemas, os bispos católicos de Trier haviam se comprometido a aumentar significativamente o percentual de mulheres em cargos de direção.
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Um diaconato específico para as mulheres - Instituto Humanitas Unisinos - IHU