O papa nos fará redescobrir a humildade''. Entrevista com Enzo Bianchi

Mais Lidos

  • Eles se esqueceram de Jesus: o clericalismo como veneno moral

    LER MAIS
  • Estereótipos como conservador ou progressista “ocultam a heterogeneidade das trajetórias, marcadas por classe, raça, gênero, religião e território” das juventudes, afirma a psicóloga

    Jovens ativistas das direitas radicais apostam no antagonismo e se compreendem como contracultura. Entrevista especial com Beatriz Besen

    LER MAIS
  • De uma Igreja-mestra patriarcal para uma Igreja-aprendiz feminista. Artigo de Gabriel Vilardi

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

14 Março 2013

"Eu quero dizer a vocês a minha alegria extraordinária quando ele se assomou à sacada. Uma emoção muito forte. Não escondo a vocês que eu comecei a chorar".

A reportagem é de Corrado Zunino, publicada no jornal La Repubblica, 14-13-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis a entrevista.

Enzo Bianchi, prior de Bose, depois de tantos anos, uma comoção tão forte?


Jorge Mario Bergoglio é o homem que parece, humilde, e a forma como se apresentou ao mundo foi muito bonita. O nome que ele assumiu diz que é preciso voltar ao Evangelho, como pediu Francisco. Estou feliz com a escolha dos cardeais: eles mostraram que toda a Igreja quer um retorno ao espírito do Evangelho.

O senhor conheceu Bergoglio?

Eu tive a sorte de descobrir um homem simples e evangélico. Pode-se ver isso no modo de se vestir. Ele tentará ser um irmão das pessoas, trabalhará entre as pessoas e trará a fraternidade para dentro da Igreja. As suas palavras, na sacada, foram pesadas: o bispo de Roma, a bênção do povo.

O papa de Buenos Aires era amigo do cardeal Martini.

Ele era um jesuíta como ele e como o prepósito geral, Nicolás, e como Arrupe. O seu mundo teológico espiritual era e é o da Companhia de Jesus: queriam um retorno ao Evangelho, uma reforma da Igreja. Nenhuma outra ordem pode se orgulhar de homens tão colocados no mundo e capazes de um olhar universal. Devemos agradecer os cardeais que escolheram Bergoglio. Dificilmente um cardeal que estava na disputa no conclave anterior se torna papa.

Os últimos anos da Igreja foram difíceis.

Uma grande dificuldade. A Igreja tinha falta de ar. Bento XVI fez tudo o que podia, mas não encontrou a sintonia que desejava. Muitos sofremos com isso.