14 Março 2013
"Eu quero dizer a vocês a minha alegria extraordinária quando ele se assomou à sacada. Uma emoção muito forte. Não escondo a vocês que eu comecei a chorar".
A reportagem é de Corrado Zunino, publicada no jornal La Repubblica, 14-13-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis a entrevista.
Enzo Bianchi, prior de Bose, depois de tantos anos, uma comoção tão forte?
Jorge Mario Bergoglio é o homem que parece, humilde, e a forma como se apresentou ao mundo foi muito bonita. O nome que ele assumiu diz que é preciso voltar ao Evangelho, como pediu Francisco. Estou feliz com a escolha dos cardeais: eles mostraram que toda a Igreja quer um retorno ao espírito do Evangelho.
O senhor conheceu Bergoglio?
Eu tive a sorte de descobrir um homem simples e evangélico. Pode-se ver isso no modo de se vestir. Ele tentará ser um irmão das pessoas, trabalhará entre as pessoas e trará a fraternidade para dentro da Igreja. As suas palavras, na sacada, foram pesadas: o bispo de Roma, a bênção do povo.
O papa de Buenos Aires era amigo do cardeal Martini.
Ele era um jesuíta como ele e como o prepósito geral, Nicolás, e como Arrupe. O seu mundo teológico espiritual era e é o da Companhia de Jesus: queriam um retorno ao Evangelho, uma reforma da Igreja. Nenhuma outra ordem pode se orgulhar de homens tão colocados no mundo e capazes de um olhar universal. Devemos agradecer os cardeais que escolheram Bergoglio. Dificilmente um cardeal que estava na disputa no conclave anterior se torna papa.
Os últimos anos da Igreja foram difíceis.
Uma grande dificuldade. A Igreja tinha falta de ar. Bento XVI fez tudo o que podia, mas não encontrou a sintonia que desejava. Muitos sofremos com isso.
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O papa nos fará redescobrir a humildade''. Entrevista com Enzo Bianchi - Instituto Humanitas Unisinos - IHU