Brasil soma 120 mil trabalhadores imigrantes

Mais Lidos

  • Esquizofrenia criativa: o clericalismo perigoso. Artigo de Marcos Aurélio Trindade

    LER MAIS
  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • O primeiro turno das eleições presidenciais resolveu a disputa interna da direita em favor de José Antonio Kast, que, com o apoio das facções radical e moderada (Johannes Kaiser e Evelyn Matthei), inicia com vantagem a corrida para La Moneda, onde enfrentará a candidata de esquerda, Jeannete Jara.

    Significados da curva à direita chilena. Entrevista com Tomás Leighton

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

14 Novembro 2014

Qual o tamanho da nova onda migratória para o Brasil, que começou há cerca de cinco anos, com o desembarque de levas de haitianos e africanos? Pois nesta quinta-feira será apresentada uma pesquisa que tenta dimensionar esse fenômeno.

A reportagem é de Humberto Trezzi, publicada pelo jornal Zero Hora, 13-11-2014.

O estudo "Os novos rostos da migração", de autoria do pesquisador em ciências sociais Jurandir Zamberlam, será o destaque do III Seminário de Mobilidade Urbana de Porto Alegre, que tem apoio da Justiça Estadual e da Igreja Católica, entre outras instituições. A programação transcorrerá no Palácio da Justiça, na Praça da Matriz, centro da Capital.

O levantamento mostra que entre os anos de 2011 e 2012 a participação de trabalhadores imigrantes no país subiu 19%, passando de 79.578 para 94.688. Entre 2012 e 2013, foi registrada elevação de 26,8%, de 94.688 para 120.056.

Munido de informações da Polícia Federal, Conselho Nacional de Refugiados (Conare) e da própria Igreja Católica, Zamberlan calcula que 42 mil novos migrantes do Haiti e África chegaram nos últimos cinco anos no Brasil. A predominância é dos haitianos, que são hoje 38 mil — 5 mil deles estabelecidos no Rio Grande do Sul. Já os africanos, de vários países, somam cerca de 4 mil, dos quais 1,7 mil no Rio Grande do Sul. Os demais migrantes são sul-americanos e europeus.

Com a entrada acelerada após o terremoto que devastou o país caribenho em 2010, o número de haitianos com carteira assinada aumentou 450%, superando, pela primeira vez, o total de portugueses, que lideravam o ranking das nacionalidades. O dado é de outra pesquisa, do Observatório das Migrações Internacionais, divulgada nesta quarta-feira, em Brasília.

Os três Estados do Sul absorvem 60% da migração haitiana e africana. A maior parte em Santa Catarina, seguida do RS. Os africanos são, na maioria, senegaleses, depois ganeses - que vieram para a Copa do Mundo e ficaram — e pequenos contingentes de outros países.

— A escolha ocorre em decorrência da grande quantidade de vagas para empregos em frigoríficos. Esse é o mesmo motivo que faz com que africanos e haitianos procurem mais o Interior que as capitais — explica Zamberlan.

Outro dado da pesquisa impressiona: a escolaridade. Quase um terço dos haitianos que vieram para o Brasil tem curso superior completo ou incompleto. Grande parte dos africanos também tem escolaridade similar. Isso quebra um estereótipo arraigado, o de que a migração é composta de gente pouco instruída. Zamberlan admite que a nova imigração é, sobretudo, busca por emprego e não apenas refúgio, o que muitos alegam ao tentar permanecer no Brasil.