Por: Jonas | 03 Novembro 2014
Há poucos dias, o distrito francês da Fraternidade sacerdotal São Pio X organizou a habitual peregrinação a Lourdes, com a participação de mais de 7.000 peregrinos de todo o país. Após o evento, dom Bernard Fellay, Superior da Fraternidade concedeu uma entrevista ao sítio “La Porte Latine”, na qual falou sobre o martírio dos cristãos orientais, sobre o Sínodo da Família e sobre a beatificação de Paulo VI. Concluiu suas reflexões citando a frase de sua homilia que evocava as palavras de Jesus: “não tenham medo”.
A reportagem é de Marco Tosatti, publicada por Vatican Insider, 30-102014. A tradução é do Cepat.
Em relação ao Sínodo, Fellay disse que “não há nada que esperar: a linha já foi apontada. Está claro. Simplesmente é preciso dizer que se deseja banalizar a situação das pessoas que vivem no adultério, em uma verdadeira situação de pecado. Deseja-se banalizar isto, e é muito, mas muito grave. Quando se toca a moral, são os mandamentos de Deus que são tocados... É preciso refletir sobre como ajudar estas pessoas. É necessário refletir a esse respeito, claramente. Porém, não os ajuda dizer que há uma porta aberta ali onde não há. A porta que está para ser aberta é a porta do inferno. Estes prelados que receberam o poder das chaves, ou seja, de abrir as portas do céu, estão fechando-as e abrindo as do inferno. É impensável! É preciso gritar! É preciso gritar. E, como dizia, a linha já foi apontada... Não é difícil imaginar o que se fará no próximo Sínodo”.
Fellay também expressou duras críticas à beatificação de Paulo VI. “Simplesmente, não é sério. O que se conclui é que todos podem ser santos, sobretudo se são a favor do Vaticano II. Tudo o que tem a ver com o Vaticano II agora é santo, beatificado, canonizado. Mais uma vez, a banalização da santidade. Já não é sério. Isto nos prejudica muito, dói profundamente. Ridicularizam a religião. Um santo deve brilhar por suas virtudes. Virtudes heroicas. Deve ser um exemplo para os demais. Não é sério o que se fez, é triste dizer isso”.
Para concluir, exortou os fiéis a se encomendar a Deus. “Em uma crise tão terrível como a que estamos vivendo”, parece ser a única coisa que é preciso fazer. “A situação da Igreja é uma catástrofe sem nome, pela qual é preciso verdadeiramente temer. Porém, não temos o direito de nos deixar paralisar”. Fellay não mencionou as conversas com a Comissão Ecclesia Dei para se chegar a uma forma de comunhão mais completa com Roma.
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“A situação da Igreja é uma catástrofe”, afirma Fellay - Instituto Humanitas Unisinos - IHU