O grão-mufti da Arábia Saudita denuncia o grupo Estado Islâmico como anti-islâmico

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27 Agosto 2014

O xeique Abdulaziz Al al-Sheikh, grão-mufti da Arábia Saudita, a maior autoridade religiosa do país, disse que os grupos militantes Estado Islâmico e al-Qaeda são os “inimigos número um do Islã” e que não fazem, de forma alguma, parte desta religião.

A informação é publicada pela Reuters, 25-08-2014. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

Embora o mufti e outros importantes sacerdotes sauditas já tivessem condenado o Estado Islâmico, a al-Qaeda e outros grupos anteriormente, esta declaração de Al al-Sheikh é significativa dado as vitórias obtidas pelos militantes no Iraque nos últimos tempos.

“As ideias extremistas e militantes e o terrorismo que se espalham mundo afora, destruindo a civilização humana, não fazem, de forma alguma, parte do Islã. Elas são as inimigas número um do Islã, e o muçulmanos são as suas primeiras vítimas”, disse em nota divulgada pela agência oficial saudita de imprensa.

Mais tarde o xeique comparou estes grupos com o movimento kharijite dos primórdios do Islã, que assassinaram Ali, o genro do Profeta Maomé, por firmar alianças com uma facção rival muçulmana, vista como herege pela maioria no mundo islâmico.

A Arábia Saudita segue a escola wahhabista ultraconservadora do islamismo sunita, mas considera os militantes islâmicos, que organizaram ataques ao país na década passada, como uma ameaça à sua própria estabilidade.

Embora os principais sacerdotes wahhabistas apoiem a execução via decapitação por crimes que incluem apostasia, adultério e bruxaria, oponham-se a mulher dirigir automóveis ou trabalhar e descrevem como hereges os xiitas, eles se diferem dos militantes da al-Qaeda e do Estado Islâmico ao se oporem à revolta violenta.

A cidade de Riad vem sendo uma das principais apoiadoras na luta contra o presidente sírio Bashar al-Assad. Porém vem canalizando o seu apoio (armamento e dinheiro) não para estes grupos grupos (Estado Islâmico e ao-Qaeda) e sim para outras organizações oposicionistas.

Sacerdotes wahhabistas, que ocupam posições importantes no governo e dão a sentença de legitimidade do islamismo saudita, supervisionam uma infraestrutura religiosa paga pelo Estado e são, às vezes, considerados pelos militantes como estando nas mãos do governo.

Acredita-se que milhares de jovens súditas viajaram para a Síria e o Iraque a fim de se juntarem a grupos rebeldes e militantes, fazendo crescer a preocupação entre as autoridades de que estes possam, eventualmente, lançar ataques contra o seu próprio governo.

A Arábia Saudita considerou o Estado Islâmico, a al-Qaeda, o Nusra Front e outros como “terroristas” em março e decretou longas penas de prisão para quem oferecer a eles apoio público ou dar-lhes auxílio moral ou material.

No começo deste mês o rei Abdullah fez uma fala em que atacou os grupos militantes que usavam justificativas islâmicas para suas ações, e pediu aos intelectuais e líderes muçulmanos a se juntarem na luta contra estes grupos.