21 Agosto 2014
O Estado Islâmico divulgou um vídeo macabro que parece mostrar o momento em que o repórter fotográfico americano James Wright Foley é decapitado por um militante mascarado. Foley desapareceu na Síria em novembro de 2012 enquanto trabalhava para a agência GlobalPost.
A informação é publicada por Catholic Herald, 20-08-2014. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
Foley veio de uma família católica radicada no distrito de Rochester, Boston. Na terça-feira o Pe. Paul Gousse, da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, onde a família Foley vai às missas, visitou a família durante 45 minutos.
Em 2011, Foley foi sequestrado e mantido por forças pró-Gaddafi em Tripoli, Líbia, antes de ser solto 45 dias depois. Após a libertação, escreveu um artigo para a revista Marquette, da Universidade de Milwaukee onde estudou, falando como a oração o ajudou a viver a experiência.
“Eu dizia para Clare (minha colega) que minha mãe tinha muita fé”, escreveu.
“Rezava para que ela soubesse que eu estava bem. Eu rezava para que pudesse me comunicar através de algum meio cósmico do universo com ela. Rezava 10 ave-marias entre cada Pai Nosso. Isso tomava bastante tempo, quase uma hora para contar 10 ave-marias em meus dedos. Isso ajudou a manter minha mente focada.
“Clare e eu rezávamos juntos em voz alta. Parecia energizante falar de nossas fraquezas e esperanças juntos, como se estivéssemos num diálogo com Deus, em lugar de silêncio e sozinhos”.
Depois que o Estado Islâmico postou o vídeo online do assassinato de Foley, com o fato sendo realizado por um homem com um sotaque britânico, a mãe de Foley, Diane, escreveu na página Free James Foley, no Facebook:
“Imploramos aos sequestradores para pouparem as vidas dos reféns remanescentes. Eles não têm controle algum sobre a política do governo americano no Iraque, na Síria ou em qualquer outra parte do mundo. Agradecemos a Jim por toda a alegria que ele nos deu. Foi um filho extraordinário, irmão, repórter e pessoa”.
Após a morte de Foley ter sido mostrada no vídeo online, um outro homem, que se supõe ser outro repórter americano desaparecido, Steven Joel Sotloff, é mostrado com o militante dizendo: “A vida deste cidadão americano, Obama, depende de sua próxima decisão”.
O alerta veio depois dos ataques aéreos americanos que visaram posições do Estado Islâmico no norte do Iraque.
Philip Hammond, secretário das Relações Exteriores do Reino Unido, disse à BBC que embora a autenticidade do vídeo precise ainda ser confirmada, “todas as suas características apontam para que seja verdadeiro”.
Em referência ao fato de que o assassino parece ter um sotaque britânico, Hammond falou: “Estamos plenamente cientes de que há números significativos de cidadãos britânicos envolvidos nestes crimes terríveis, fazendo o jihad com o Estado Islâmico e outros grupos extremistas”.
“Isso é algo que estamos seguindo e lidando há muitos e muitos meses, e eu não acho que este vídeo mude alguma coisa. Ele só aumenta a nossa consciência de uma situação muito grave e sobre a qual estamos trabalhando há bastante tempo”.
Duas autoridades norte-americanas confirmaram, em off, que o homem no vídeo é Foley. Espera-se que o presidente Obama comente o caso no decorrer desta quarta-feira.
Nota da IHU On-Line: No dia de ontem, 20-08-2014, o presidente Obama declarou que "o jihadismo é um câncer a ser extirpado” e prometeu justiça após a decapitação de Foley. A Casa Branca diz que o vídeo do assassinato é real.