28 Julho 2014
Ainda nas primeiras décadas do século XX o jesuíta e paleontólogo Teilhard de Chardin vislumbrava a formação da noosfera — uma esfera de pensamento que envolveria a Terra, criada a partir da consciência dos processos evolutivos em nível biológico, tecnológico e espiritual. Hoje, em uma época em que a internet, as redes sociais e as economias globalizadas permitem o surgimento de uma sociedade interconectada, talvez estejamos mais próximos do que nunca de atingir tal consciência.
A revista IHU On-Line debate o tema com a participação de pesquisadores e pesquisadoras de diversas áreas do conhecimento.
John F. Haught, professor de Teologia da Universidade de Georgetown, Estados Unidos, e membro sênior do Woodstock Theological Center, aborda os processos evolutivos da consciência a partir de uma perspectiva ética de construção permanente do universo.
Ilia Delio, diretora de Estudos Católicos da Universidade de Georgetown, afirma que “a evolução é um processo inacabado, o que significa que ainda não estamos completos; nós ainda estamos sendo criados”. Segundo ela, “a pessoa humana tem uma posição de fronteira na evolução. Com o ser humano, a mente reflete sobre a matéria. Assim, é importante a forma como pensamos e aquilo que pensamos. Essencialmente, isso é o que eu entendo por "evolução consciente”.
Bárbara Marx Hubbard, bacharel em ciências políticas pela Bryn Mawr College e presidente da Foundation for Conscious Evolution, responde às críticas de gnosticismo que tem recebido. Ela reflete sobre o surgimento da noosfera e do (re)nascimento da pessoa humana, convidada a assumir seu papel de co-criadora na criação.
Diarmuid O’Murchu, psicólogo social, argumenta que a consciência permite ao ser humano aprender a fluir com o processo criativo da evolução, assumindo papel proativo na criação.
Hazel Henderson, consultora de desenvolvimento sustentável e ex-assessora da National Science Foundation, nos EUA, critica o modelo de economia hegemônico que parece estar em descompasso com preceitos éticos alinhados à evolução consciente.
Para Ted Chu, professor de Economia na New York University, em Abu Dhabi, e fundador do Instituto CoBe (Cosmic Being, ou Ser Cósmico), com sede em Michigan, EUA, a evolução consciente deve levar em conta a construção de uma nova humanidade e deve utilizar a evolução tecnológica para tal fim.
Elisabet Sahtouris, bióloga da evolução e membro da World Business Academy, considera que é pela cooperação que poderemos descobrir aspectos do mundo que não sejam mensuráveis por meio dos instrumentos criados pela mão humana.
Completam esta edição as entrevistas com o Ney Brasil Pereira, padre, mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma e especialista em Musicologia pela Duquesne University, Pittsburgh, EUA, que fala de sua trajetória de mais de 60 anos de sacerdócio, professor de Teologia, compositor, e agente da Pastoral Carcerária.
Antonio Lassance, cientista político e pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, analisa o impacto da Copa do Mundo no Brasil.
No dia 31 de julho, serão reinaugurados os museus - Arqueológico e Museu Capela - do Instituto Anchietano de Pesquisa - IAP. A história dos museus pode ser lida na reportagem publicada nesta edição.
A revista IHU On-Line estará disponível no sítio do Instituto Humanitas Unisinos – IHU na segunda-feira, a partir das 17h, nas extensões html, pdf e em ‘versão para folhear’.
A edição impressa circula na terça-feira no campus da Unisinos a partir das 8h.
A todas e a todos uma boa leitura e uma excelente semana!
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Evolução consciente. Qual é o futuro da humanidade? - Instituto Humanitas Unisinos - IHU