Por: Jonas | 02 Abril 2014
Não vagar pela vida, incluindo a do espírito, mas ir diretamente para a meta que para um cristão quer dizer seguir as promessas de Deus, que jamais decepcionam. É o ensinamento do Papa Francisco (foto) segundo as leituras do dia, e que explicou em sua homilia da Missa matutina celebrada na Capela da Casa de Santa Marta.
Fonte: http://goo.gl/dsLm55 |
A reportagem é publicada por Religión Digital, 31-03-2014. A tradução é do Cepat.
Há cristãos que confiam nas promessas de Deus e as seguem ao longo da vida. Há outros cuja vida de fé fica paralisada e há outros ainda convencidos de progredir e que, ao contrário, fazem apenas “turismo existencial”. O Papa fez uma distinção sobre três tipos de crentes, que têm o denominador comum de saber que a vida cristã é um itinerário, mas que são divergentes no modo como reconhecê-lo ou de não reconhecê-lo de modo algum.
Antes de tudo, inspirando-se na passagem de Isaías da primeira Leitura, Francisco explicou que Deus sempre “antes de pedir algo, promete”. E acrescentou que sua promessa é a de uma vida nova e a de uma vida de “alegria”. Aqui, disse, está “o fundamento principal da virtude da esperança: confiar nas promessas de Deus” – sabendo que Ele jamais “decepciona” – posto que a essência da vida cristã é a de “caminhar para as promessas”. Embora também existam os cristãos que possuem “a tentação de parar”.
“Quantos cristãos parados! Temos muitos para trás que possuem uma esperança frágil. Sim, creem que existe o Céu e que tudo irá bem. Está certo que acreditam, mas não o buscam! Cumprem os mandamentos, os preceitos: tudo, tudo... Porém, estão parados. O Senhor não pode fazer deles fermento em seu povo, porque não caminham. E isto é um problema: os parados. Depois, há outros entre eles e nós que erram de caminho: todos nós algumas vezes erramos de caminho, sabemos disto. O problema não é errar de caminho; o problema é não retornar quando se percebe que houve um equívoco”.
O modelo de quem acredita e segue o que a fé lhe aponta é o do oficial do rei, descrito no Evangelho, que pede para Jesus a cura de um filho enfermo e não duvida nenhum instante em se colocar a caminho para casa, quando o Mestre lhe garante que a obteve. Oposto a este homem, afirmou o Papa, talvez seja o grupo “mais perigoso”, são aqueles que “enganam a si mesmos: os que caminham, mas não fazem caminho”:
“São os cristãos errantes: rodeiam, rodeiam como se a vida fosse um turismo existencial, sem meta, sem levar as promessas a sério. São aqueles que rodeiam e se enganam, porque dizem: ‘Eu caminho! Não, você não caminha: você rodeia. São os errantes... Ao contrário, o Senhor nos pede para não nos deter, que não nos equivoquemos de caminho e que não giremos pela vida. Girar pela vida... Pede-nos que olhemos as promessas, que andemos adiante com as promessas como esse homem, como esse homem: esse homem acreditou na palavra de Jesus! A fé nos coloca a caminho para as promessas. A fé nas promessas de Deus”.
“Nossa condição de pecadores faz com que erremos de caminho”, reconheceu o papa Francisco, embora tenha assegurado que: “O Senhor nos dá sempre a graça de voltar”:
“A Quaresma é um tempo bonito para pensar se estou no caminho ou se estou muito quieto: converta-se. Ou se errei de caminho: confesse-se e retome o caminho. Ou se sou um turista teologal, um destes que fazem o giro da vida, mas jamais dão um passo adiante. E peço ao Senhor a graça de retomar o caminho, de colocar-me a caminho, mas para as promessas”.
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Francisco adverte sobre os cristãos que apenas fazem “turismo existencial” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU