07 Março 2014
A conferência de Helmut Schüller, o padre crítico à Igreja da Pfarrer-Initiative (Iniciativa dos Párocos) austríaca, prevista para Regensburg, foi transferida, por ordem do vigário-geral.
A reportagem é de Susanne Wiedamann, publicada no jornal Mittelbayerische, 02-03-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
A Igreja Católica tem uma relação bastante difícil com os seus críticos. Berthold Starzinger, do Aktionskreis Regensburg (AKR), experimentou isso ao organizar para o dia 11 de março, às 19h30, uma conferência do pároco Helmut Schüller no salão paroquial de St. Bonifaz/St. Georg.
Primeiro, ele havia recebido o aceite do pároco local, Pe. Herbert Winterholler, depois que este recebera a luz verde do Conselho Paroquial. Mas na terça-feira passada houve uma surpresa: Winterholler, por ordem do vigário-geral, Mons. Michael Fuchs, voltou atrás. A conferência do fundador da Pfarrer-Initiative austríaca sobre "Igreja Católica, o teu futuro?", não poderá ocorrer na sede da paróquia.
Schüller fundou a Pfarrer-Initiative austríaca em 2006. Em 2011, publicou o Apelo à desobediência, no qual, dentre outras coisas, se exprime a favor do acesso ao sacerdócio para mulheres e às pessoas casadas.
"As ideias de Schüller são a favor da Igreja, e não contra", defende Starzinger, defendendo o pároco austríaco que, por divergências de opinião, foi suspenso do cargo de vigário-geral e, depois, foi nomeado chefe do serviço de mediação da arquidiocese de Viena para as vítimas de abuso sexual. "São justamente os críticos que convidam ao diálogo".
Mas uma conferência de Schüller não é um convite ao diálogo, declarou no último sábado Clemens Neck, diretor da sala de imprensa do bispo. O bispo não recebeu nenhum convite. Uma intervenção de Schüller em um espaço da diocese seria um "sinal equivocado". "Schüller convida a dissolver a relação de serviço entre padres e bispos", disse Neck. E isso está em contraste com o pensamento do bispo.
Segundo Neck, o bispo está em contínuo diálogo com o AKR. E o diálogo com os críticos dentro da Igreja Católica também é possível e buscado. Mas a conferência de Schüller não é considerada um evento a favor do diálogo.
"A apresentação das posições da Pfarrer-Initiative é absolutamente legítima", disse Neck, mas não nos espaços da Igreja Católica. Porque, caso contrário, as posições de Schüller seriam interpretadas como características da Igreja Católica. Neck considera que há uma grande quantidade de outros espaços em Regensburg para realizar a palestra.
Berthold Starzinger não compreende essa atitude, ainda mais que Schüller também falará na próxima Katholischer Kirchentag (Assembleia Geral dos Católicos da Alemanha). Enquanto isso, Starzinger encontrou um lugar alternativo para a conferência, na Igreja Evangélica St. Oswald am Weissgerbergraben. Lá, Schüller pode ir.
