O Papa pede que escolas e universidades entrem “com coragem no Areópago das culturas atuais”

Mais Lidos

  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • Dilexi Te: a crise da autorreferencialidade da Igreja e a opção pelos pobres. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS
  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

Por: André | 14 Fevereiro 2014

O Papa Francisco pediu escolas e universidade católicas abertas ao diálogo e à diversidade de seus alunos, entre os quais há cada vez mais não cristãos ou inclusive não católicos, durante o seu encontro com os membros da Congregação para a Educação Católica. Assim, solicitou que “não se devem isolar do mundo”, mas “estabelecer um diálogo”, conscientes do “dom” que têm a oferecer a todos.

A reportagem é publicada por Religión Digital, 13-02-2014. A tradução é de André Langer.

Neste sentido, destacou que as escolas e universidades católicas oferecem uma proposta educativa que busca “o desenvolvimento integral da pessoa” e que responde ao direito de todos ao saber e ao conhecimento. Em qualquer caso, também precisou que, dentro do respeito à liberdade de cada um, todas elas estão chamadas a oferecer Cristo como “sentido da vida”.

Além disso, o Pontífice destacou que a educação católica é “um dos desafios mais importantes” que a Igreja enfrenta, que trata de colocar em prática a nova evangelização em um contexto histórico e cultural em permanente transformação.

Para enfrentar este desafio, o Papa deu como exemplo Jesus, que “começou a pregar a Boa-Nova na Galileia, uma cidade cheia de “diferentes raças, culturas e religiões”. Por isso, insta as pessoas que trabalham na educação a implicar-se “em caminhos de intercâmbio educativo e diálogo”. Assim mesmo, reconheceu “a contribuição” que dão as instituições religiosas e outras instituições católicas no contexto “do pluralismo cultural e religioso”.

Por outro lado, pediu a preparação de “professores qualificados”, porque a educação é dirigida a uma geração “que está mudando” e para que sejam capazes de “comunicar-se com os jovens”.

Neste sentido, define a educação como “um ato de amor” e, como tal, “exigente” e necessitado dos “melhores recursos”, para “iniciar uma viagem paciente com os jovens”. Assim, o Papa assinala que o educador nas escolas católicas tem que ser “muito competente, qualificado e cheio de humanidade” e destaca, além disso, que tem que ser “capaz de estar entre os jovens com estilo pedagógico, para promover seu crescimento humano e espiritual”.

Por esta razão, o pontífice destacou também que o educador necessita de “aprendizagem permanente” e, por isso, pede para “investir” em que professores e administradores possam manter seu “alto profissionalismo” e “sua fé”.

Finalmente, Francisco mostrou sua preocupação em que estas instituições sejam “uma presença viva do Evangelho” no campo da educação, da ciência e da cultura.

Francisco propôs ao exame dos participantes três aspectos: o valor do diálogo na educação, a preparação qualificada dos formadores e a responsabilidade das instituições educativas.

“Efetivamente – disse referindo-se ao primeiro ponto –, as escolas e universidades católicas são frequentadas por muitos estudantes não cristãos e inclusive não crentes. As instituições católicas oferecem a todos uma proposta educativa que tem como objetivo o desenvolvimento integral da pessoa, que responde ao direito de todo ser humano ao saber e ao conhecimento. Mas, estão igualmente chamadas a oferecer a todos, com pleno respeito à liberdade de cada indivíduo e dos métodos próprios do contexto escolar, a proposta cristã, ou seja, Jesus Cristo, como sentido da vida, do universo e da história. Jesus começou a anunciar a Boa-Nova na ‘Galileia dos gentios’, encruzilhada de pessoas de diferentes raças, culturas e religiões. De certa maneira, aquele contexto se assemelha ao mundo de hoje. As mudanças profundas que levaram à difusão de sociedades multiculturais requerem dos que atuam no setor escolar e universitário que empreendam itinerários educativos de confronto e de diálogo, com uma fidelidade corajosa e inovadora que saiba promover o encontro entre a identidade católica com as várias ‘almas’ da sociedade multicultural”.

Falando do segundo aspecto, o Papa assinalou que durante o seu encontro com os Superiores Gerais, destacou que a educação em nossos dias “é dirigida a uma geração em mudança, e que, portanto, todo educador – e toda a Igreja que é mãe educadora – estão chamados a ‘mudar’ no sentido de ser capazes de comunicar com os jovens que têm diante de si... A educação é um ato de amor, é dar vida... O educador nas escolas católicas deve primeiro ser muito competente e qualificado, e, ao mesmo tempo, cheio de humanidade, capaz de estar entre os jovens com estilo pedagógico para promover seu crescimento humano e espiritual. Os jovens necessitam de educação de qualidade e de igual modo valores, não apenas enunciados, mas testemunhados. A coerência é um fator indispensável na educação dos jovens”.

No que diz respeito à responsabilidade das instituições educativas de “expressar uma presença viva do Evangelho no campo da educação, da ciência e da cultura”, Francisco reiterou a necessidade de que as instituições acadêmicas católicas “não se isolem do mundo, mas saibam entrar com coragem no Areópago das culturas atuais e colocar-se em diálogo, conscientes do dom que têm a oferecer a todos”.