14 Fevereiro 2014
Foto: Activ Solar |
Quando o Brasil é assolado por muitos dias de calor intenso e sofre com a falta de chuvas, como temos visto no atual verão, um filme no país se repete: os reservatórios das hidrelétricas perdem capacidade e as usinas termoelétricas entram em cena, a fim de suprir a demanda de energia da população. O problema é que essa fonte energética é mais cara que a convencional, além de ser mais poluente.
A reportagem foi publicada pelo portal Envolverde, 13-02-2014.
No Brasil, o acionamento recorrente das usinas térmicas acarretou em um aumento de quase 500% nas emissões de gases efeito estufa do setor elétrico, segundo Tasso Azevedo, engenheiro florestal e consultor para florestas e clima do Ministério do Meio Ambiente.
Segundo os cálculos do especialista ouvido pela Exame.com, as emissões da energia gerada e distribuída por meio do Sistema Integrado Nacional (SIN) saltaram de 10,7 milhões de tCO2 (tonelada equivalente de CO2) em 2009 — quando foi instituída a Política Nacional sobre a Mudança do Clima — para 51 milhões tCO2 em 2013.
“É um aumento expressivo, levando em conta que o Brasil tem o compromisso de diminuir suas emissões”, avalia Azevedo. Essa alta, segundo ele, compromete o desempenho ambiental brasileiro.
O especialista explica que as mudanças climáticas levam a um maior período de estiagem e, com a falta de chuva, os reservatórios entram em crise, o que leva ao acionamento de termelétricas, que são poluentes. “No final, elas só retroalimentam os nossos problemas”, resume.
Energia solar
Azevedo aposta na energia solar fotovoltaica distribuída como uma alternativa às térmicas, e até mesmo à nossa fonte mais tradicional. “Para o Brasil, a solução não é construir hidrelétricas, mas investir na distribuição de solar fotovoltaica distribuída. Ela diminuiria as contas de luz e tem um valor competitivo em relação ao que está sendo pago com as usinas termoelétricas. Além de ser uma fonte limpa de energia”, defende.
“É um sistema de energia que pode ser instalado em poucos meses. Faz sentido, pois os principais picos de consumo passaram a ocorrer entre 14h e 16h, coincidindo com o horário de maior insolação. Quanto maior o calor e a demanda, mais energia solar teria disponível”, conclui o especialista.
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Brasil deveria investir na energia solar distribuída, defende especialista - Instituto Humanitas Unisinos - IHU