“Os ciúmes e as fofocas destroem as comunidades”, diz o Papa Francisco

Mais Lidos

  • Cristo Rei ou Cristo servidor? Comentário de Adroaldo Palaoro

    LER MAIS
  • “Apenas uma fração da humanidade é responsável pelas mudanças climáticas”. Entrevista com Eliane Brum

    LER MAIS
  • Sheinbaum rejeita novamente a ajuda militar de Trump: "Da última vez que os EUA intervieram no México, tomaram metade do território"

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

Por: André | 24 Janeiro 2014

Os cristãos devem fechar as portas a ciúmes, invejas e fofocas que dividem e destroem as nossas comunidades. A exortação foi feita pelo Papa na manhã desta quinta-feira, 23, na missa presidida na Santa Marta, no sexto Dia de Oração pela Unidade dos Cristãos, segundo indicou a Rádio Vaticano.

A reportagem é de Domenico Agasso Jr e publicada no sítio Vatican Insider, 23-01-2014. A tradução é de André Langer.

A reflexão do Papa começou pela primeira leitura do dia, que fala da vitória dos israelitas sobre os filisteus, graças à coragem do jovem Davi. A alegria da vitória transformou-se logo em tristeza: o Rei Saul, invejoso porque as mulheres louvaram Davi, que matou Golias, mandou executá-lo. Então “essa grande vitória, afirma o Papa, começa a converter-se em derrota no coração do rei” no que se insinua, como acontece com Caim, “o verme dos ciúmes”. E assim como Caim com Abel, o rei decide assassinar Davi.

“É o que o ciúme faz em nosso coração – observou o Papa –, é uma inquietude cruel: não toleramos que um irmão ou irmã tenha algo que não temos”. Saul, “ao invés de louvar Deus, como fizeram as mulheres de Israel, preferiu fechar-se e ficar lamentando consigo mesmo”.

“O ciúme leva a matar. Foi pela porta da inveja que o diabo entrou no mundo. A Bíblia diz: ‘Pela inveja do diabo o mal entrou no mundo’. O ciúme e a inveja abrem as portas para o mal. Também divide a comunidade. Uma comunidade cristã, quando alguns dos seus membros sofrem de ciúme, de inveja, acaba dividida: uns contra os outros. É um veneno forte. É um veneno que encontramos na primeira página da Bíblia com Caim”.

No coração de uma pessoa atingida pela inveja e pelo ciúme, destaca novamente o Papa, acontecem “duas coisas muito claras”. A primeira coisa é a amargura: “A pessoa invejosa e ciumenta é amarga: não sabe cantar, não sabe louvar e não conhece a alegria, sempre se fixa ‘no que a outra pessoa tem eu não tenho’. Semeia sua amargura e a difunde em toda a comunidade. Estes são os semeadores de amargura, e o segundo comportamento que leva à inveja e ao ciúme, são as fofocas. Porque quando uma pessoa não tolera que outra tenha algo que ela não tem, tenta ‘rebaixá-la’, falando mal dela. E o instrumento são as fofocas. A murmuração divide a comunidade, destrói a comunidade, é a arma do diabo”.

“Quantas belas comunidades cristãs – exclamou o Papa – andavam bem até que o verme da inveja contagiou um de seus membros e com ele, a tristeza, o ressentimento e as fofocas”. “Uma pessoa que está sob a influência do ciúme e da inveja, afirma Francisco, mata”, como disse o apóstolo João: “Quem odeia seu irmão é um homicida”. E “o ciumento, o invejoso, começa a odiar o irmão”.

Portanto, conclui: “Hoje, nesta missa, rezemos por nossas comunidades cristãs para que a semente do ciúme não seja semeada entre nós; que a inveja não penetre em nossos corações e possamos ir avante, louvando o Senhor, com alegria. É uma graça muito grande, a graça de não cair na tristeza, no ressentimento, nos ciúmes e na inveja”.