Por: André | 20 Janeiro 2014
O abismo crônico entre as rendas dos cidadãos mais ricos e dos mais pobres é o risco que mais probabilidades têm para causar graves prejuízos em escala mundial na próxima década, segundo o relatório Global Risks 2014, do Fórum Econômico Mundial.
Fonte: http://bit.ly/1dxmOhV |
A reportagem está publicada no sítio Europa Press, 16-01-2014. A tradução é de André Langer.
Com uma perspectiva de 10 anos, o relatório avalia 31 riscos de natureza mundial que poderiam causar impactos negativos significativos em indústrias e países, caso se concretizarem. Os riscos se agrupam em cinco categorias – econômica, ambiental, geopolítica, social e tecnológica – e são medidas tanto em termos de suas probabilidades de concretização, como em seu impacto potencial.
O estudo assinala que, depois da disparidade de rendas, os episódios meteorológicos extremos representam o risco mundial que mais probabilidades têm de causar um efeito sistêmico importante em escala mundial. A este se seguem o desemprego e o subemprego, a mudança climática e os ataques cibernéticos.
O relatório, do qual participaram mais de 700 especialistas mundiais, identifica as crises fiscais como o risco mundial que poderá causar o maior impacto sobre os sistemas e países ao longo dos próximos 10 anos.
Este risco econômico é seguido de dois riscos ambientais: a mudança climática e a crise da água, e do desemprego e subemprego. Em quinto lugar, cita uma interrupção crítica da infraestrutura da informação, que constitui um risco tecnológico, como um dos riscos de maior impacto potencial.
“Cada risco considerado neste relatório encerra o potencial de provocar uma falha em escala mundial; no entanto, é sua interconectividade que faz com que suas repercussões negativas sejam tão pronunciadas já que, em seu conjunto, podem exercer um efeito aumentado”, afirmou a economista-chefe do Fórum Econômico Mundial, Jennifer Blanke.
Por isso, Blanke defendeu que é “fundamental” que todos os atores de uma sociedade (governos, empresas e sociedade civil) cooperem com o objetivo de fazer frente à presença de riscos mundiais e adaptar-se aos mesmos.
Desemprego e subemprego juvenil
Por outro lado, o estudo também faz um alerta sobre o desemprego e subemprego juvenil, os dois desafios altamente associados aos quais fazem frente os jovens que chegam à vida adulta na atual década de menores oportunidades de emprego e custos crescentes da educação.
Neste sentido, recorda que mais de 50% dos jovens de alguns países desenvolvidos estão buscando trabalho e que há um nível crescente de emprego informal em regiões em desenvolvimento, onde vive mais de 90% da juventude do mundo atual.
O Diretor de Riscos da Swiss Re, David Cole, incidiu em que atualmente muitos jovens enfrentam uma “situação muito difícil”, já que, como resultado da crise financeira e da globalização, a geração mais jovem dos mercados maduros luta contra “uma situação desesperada, com cada vez menos oportunidades de trabalho, e com a necessidade de suportar o envelhecimento da população”.
“É vital que nos sentemos com os jovens agora e comecemos a propor soluções que tenham como objetivo criar sistemas de educação mais adequados, mercados de trabalho funcionais, intercâmbios eficazes de competências e o futuro sustentável do qual todos dependemos”, acrescentou.
Por outro lado, destaca que a crescente dependência da internet para realizar tarefas essenciais e a expansão massiva de dispositivos conectados à rede fazem com que o risco de uma falha sistêmica, numa escala capaz de desintegrar sistemas ou inclusive sociedades, “seja maior do que nunca em 2014”.
“O efeito poderá ser uma balcanização da internet, ou o chamado ‘apocalipse cibernético’, no qual os piratas informáticos gozam de uma superioridade assustadora e no qual se generalizaram as interrupções massivas”, adverte.
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Fórum de Davos. O abismo entre ricos e pobres é o maior risco para a economia mundial - Instituto Humanitas Unisinos - IHU