11 Dezembro 2015
Deus é apaixonado pela nossa pequenez, a Sua misericórdia não tem fim. É o que afirmou o Papa Francisco na missa matinal na Casa Santa Marta dessa quinta-feira, na qual também participaram os cardeais do Conselho dos Nove, que começaram nessa quinta-feira a 12ª reunião de trabalho com o Santo Padre. Na homilia, o pontífice destacou que a misericórdia é como uma carícia, como o abraço de um pai que dá consolação e segurança para o seu filho.
A reportagem é de Alessandro Gisotti, publicada no sítio da Radio Vaticana, 10-12-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
"O Senhor é misericordioso e grande no amor." O Papa Francisco desenvolveu a sua homilia matinal movendo-se a partir da primeira leitura – tirada do livro de Isaías –, na qual, em um monólogo do Senhor, compreende-se que Deus escolheu o Seu povo "não porque fosse grande ou poderoso", mas "porque era o menor de todos, o mais miserável de todos".
Deus se apaixona pela nossa pequenez
Deus, continuou, "se apaixonou por essa miséria, se apaixonou justamente por essa pequenez". E, nesse monólogo de Deus com o Seu povo, reiterou, "vê-se esse amor", um "amor terno, um amor como o do pai ou da mãe, quando fala com o filho que, de noite, acorda assustado por um sonho". E o tranquiliza: "Eu te seguro pela mão, fica tranquilo, não tem medo".
"Todos nós conhecemos as carícias dos pais e das mães quando os filhos estão inquietos por causa do susto: 'Não teme, estou aqui; estou apaixonado pela tua pequenez; apaixonei-me pelo teu nada'. E também: 'Não teme pelos teus pecados, eu te quero tão bem; estou aqui para te perdoar'. Essa é a misericórdia de Deus."
O Senhor toma sobre si as nossas fraquezas
Francisco recordou ainda um santo que fazia muitas penitências, mas o Senhor lhe pedia cada vez mais, até que ele lhe disse que não tinha nada para lhe dar, e Deus lhe respondeu: "Dê-me os seus pecados".
"O Senhor quer tomar sobre si as nossas fraquezas, os nossos pecados, os nossos cansaços. Quantas vezes Jesus dizia isso e depois: 'Venham a mim, todos vocês que estão fatigados, cansados, e eu lhes aliviarei. Eu sou o Senhor, seu Deus, que seguro você pela mão, não tenha medo, pequenino, não tenha medo. Eu lhe darei força. Dê-me tudo, e eu perdoarei você, lhe darei paz."
Que a misericórdia de Deus nos faça mais misericordiosos com os outros
Essas, afirmou o papa, "são as carícias de Deus, essas são as carícias do nosso Pai, quando se expressa com a Sua misericórdia".
"Nós, que somos tão nervosos quando algo não vai bem, estrepitamos, ficamos impacientes... Em vez disso, Ele diz: 'Mas fique tranquilo, você fez uma grande bobagem, sim, mas fique tranquilo; não tema, eu perdoo você. Dê-me isso'. Isso é o que significa quando repetimos no Salmo: 'O Senhor é misericordioso e grande no amor'. Nós somos pequenos. Ele nos deu tudo. Ele simplesmente nos pede as nossas misérias, as nossas pequenezes, os nossos pecados, para nos abraçar, para nos acariciar."
"Peçamos ao Senhor – concluiu Francisco – que desperte em cada um de nós e em todo o povo a fé nessa paternidade, nessa misericórdia, no Seu coração. E que essa fé na Sua paternidade e na Sua misericórdia nos faça um pouco mais misericordiosos em relação aos outros."
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Francisco em Santa Marta: "Deixemo-nos acariciar pela misericórdia de Deus" - Instituto Humanitas Unisinos - IHU