04 Dezembro 2015
“Hoje em dia o mundo quer este tipo de atividade, porque tem tudo a ver com mudanças climáticas e também com a manutenção da biodiversidade”. A afirmação é do pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Johannes Van Leeuwen, em palestra para os alunos de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Agricultura nos Trópicos Úmidos (ATU/ Inpa) sobre “Agrossilvicultura: a integração de árvores na agricultura – possibilidades e dificuldades”.
A reportagem é Luciete Pedrosa, publicada por Amazônia, 03-12-2015.
O pesquisador ressaltou que uma plantação de árvores mantém muito mais a biodiversidade do que um campo de arroz, que é ‘destruído’ a cada ano. Para o pesquisador, a Agrossilvicultura é uma das opções que podem ser empregadas nas questões climáticas, o que não envolve apenas aspectos relacionados ao Carbono.
“A árvore é um melhorador do solo; produz muita matéria orgânica que enriquece o solo. Isso é especialmente importante no Trópico Úmido, onde a maioria dos solos tem baixa capacidade de armazenagem de nutrientes”, explica o pesquisador. Segundo Johannes, a agricultura na região precisa da ajuda das árvores. “Se pudermos produzir por meio das árvores iríamos facilitar a situação da agricultura no Trópico Úmido”, acrescenta.
Para Van Leeuwen, a Ciência Agroflorestal é um assunto relativamente novo que, como ciência acadêmica, apareceu em 1977. Ele explica que o assunto cresceu graças ao apoio de uma organização internacional, o Centro Agroflorestal Mundial. O assunto também evoluiu. “Inicialmente procurou-se desenhar Sistemas Agroflorestais ‘perfeitos’, mas esses ‘sistemas ecologicamente corretos’ não foram adotados pelos agricultores. Assim, a partir de 1996 enfatizou-se a integração de árvores no atual uso da terra pelo agricultor”, conta.
Segundo o pesquisador do Inpa, tanto dentro do Brasil como fora existem recursos para a promoção desta forma de uso de árvores na agricultura. Van Leeuwen explica que desde 1992 o grupo de pesquisa do qual faz parte está trabalhando com agricultores para mostrar que há opções agroflorestais de interesse para a agricultura na Amazônia, no Amazonas e em Rondônia.
O coordenador do PPG-ATU, o pesquisador Rogério Hanada, explica que o objetivo da palestra foi mostrar novas experiências na área da agricultura que são realizadas na região e os novos conceitos que não são vistos em sala de aula. A palestra fez parte da programação semestral que a Coordenação do curso de ATU realiza para os mestrandos.
“Nosso sistema de produção agrícola é diferente em relação ao resto do país. Por isso trazemos novas experiências de pesquisadores, tanto do Inpa, como de outras instituições, que estão trabalhado há muitos anos na nossa região”, explica Hanada. “Com estas experiências vamos tentar enriquecer os conhecimentos dos novos alunos”, acrescenta.
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A agricultura na região Amazônica precisa da ajuda das árvores, diz pesquisador do Inpa - Instituto Humanitas Unisinos - IHU