Viúva do educador Paulo Freire é recebida pelo papa em audiência particular

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25 Mai 2015

Viúva do educador Paulo Freire (1921-1997), a também educadora Ana Maria Araújo Freire foi recebida no mês passado em audiência privada no Vaticano pelo papa Francisco. Segundo Nita, como Ana Maria é conhecida, o encontro durou 40 minutos.

A informação é publicada pelo jornal Folha de S. Paulo e reproduzida por Il Sismografo, 25-05-2015.

Conforme o relato da educadora, Francisco disse que já havia lido a "Pedagogia do Oprimido", obra mais célebre de Paulo Freire.

Mais reconhecido educador brasileiro, Freire pautou sua obra pela ideia de que, em vez de receber o conhecimento passivamente, os alunos precisam formar consciência crítica - só assim serão cidadãos com autonomia.

O encontro foi intermediado por dom Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo e sacerdote brasileiro mais próximo do pontífice.

Na audiência, na qual esteve acompanhada da filha Heliana Hasche e de um casal de amigos, Nita entregou a Francisco uma carta na qual elogia o seu papado e pede ajuda para que ele interceda junto a sacerdotes ("sobretudo dominicanos, salesianos e jesuítas") para que cedam cartas que receberam de Paulo Freire sobre a Teologia da Libertação.

A corrente de origem latino-americana que defende uma igreja voltada aos pobres, sempre próxima do marxismo, assim como Freire, voltou a ter acesso ao Vaticano com a chegada de Francisco ao poder - foi perseguida durante o papado de João Paulo II (1978-2005).

A educadora pediu ainda que o papa estudasse a possibilidade de abrir os arquivos do Vaticano "para sabermos se houve e qual foi a influência e a presença das ideias de Paulo Freire junto ao papa Paulo VI e em outros pontificados, a partir da publicação e socialização da 'Pedagogia do Oprimido', em 1970".

Nita entregou ao papa uma caixa com todos os livros de Paulo Freire (em português), além da biografia que ela escreveu do educador, com quem foi casada por dez anos.

Por fim, convidou Francisco para comer uma pizza nas ruas de Roma como se fora um mortal comum e, na próxima visita ao Brasil, provar uma feijoada feita por ela. Segundo a educadora, o papa riu.