Indígenas denunciam problemas nas aldeias em protesto na Ferro Carajás

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20 Mai 2015

Cerca de 1.500 pessoas participam da manifestação nesta segunda-feira. Incra e Funai ainda não se posicionaram sobre o assunto.

A reportagem foi publicada pelo portal G1, 18-05-2015 e reproduzida por amazonia.org.br, 19-05-2015.

Indígenas que fazem parte da Federação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Estado do Pará (Fetraf) também protestam, desde a madrugada desta segunda-feira (18), na estrada de Ferro Carajás, em Marabá, no sudeste do Pará. Eles denunciam que as aldeias enfrentam várias dificuldades. “Não tem energia na nossa aldeia e nunca teve transporte escolar.

As crianças estão perdendo a cultura indígena, pois tem que ter uma professora indígena na aldeia. O colégio está sem professor, sem água e sem energia”, contou a cacique da aldeia Santo Antônio, Helene Carajás.

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra e da Fetraf ocuparam a estrada nesta madrugada para protestar contra a falta de infraestrutura nos assentamentos do Incra e também em aldeias da região. O órgão ainda não se posicionou sobre a manifestação.

O grupo colocou obstáculos sobre a via e ateou fogo nos trilhos. A Vale, responsável pela ferrovia, disse que o protesto não tem relação com a mineradora e que os manifestantes exigem a presença de um representante do Governo Federal para discussão do orçamento e investimentos no campo.

“Se os nossos trabalhadores produzem, não pode escoar a produção, não pode melhorar a qualidade do que produz, pois a assistência técnica é insuficiente. Não podemos habitar uma casa com dignidade, porque o governo não deslanchou o Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR) no nosso estado e o programa Luz para Todos nunca atendeu as casas dos nossos trabalhadores”, contou o coordenador da Fetraf, Roberto Elias Lima.

A agilidade na reforma agrária também é um dos objetivos da manifestação. “Só queremos viver bem em um direito que foi constituído para cada pai de família, que é poder possuir o seu pequeno pedaço de terra para tirar o seu sustento. Nós não estamos pedindo ao governo esmola e cesta básica. Estamos pedindo o direito de viver em paz nas nossas terras, que temos por direito”, disse a trabalhadora rural Neide Alves. A Funai também ainda não se posicionou sobre o assunto.

A Vale informou que já adotou as providências judiciais para reintegração do trecho da ferrovia e que representará perante o Ministério Público Federal (MPF) para que sejam apurados os autores do protesto.