Moradores de Altamira protestam e pedem indenizações por Belo Monte

Mais Lidos

  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • Dilexi Te: a crise da autorreferencialidade da Igreja e a opção pelos pobres. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS
  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

09 Janeiro 2015

Moradores de bairros que foram afetados com a construção da usina de Belo Monte, em Altamira, sudoeste do estado, fizeram um protesto em frente ao escritório da Norte Energia nesta segunda-feira (5).

A reportagem foi publicada pelo Movimento Xingu Vivo Para Sempre, 07-01-2015.

Cerca de 150 moradores, de acordo com a reportagem do G1, cobram agilidade no pagamento de indenizações e também prioridade na entrega das novas casas para as pessoas que estão sendo retiradas das áreas de risco. Durante o protesto, os moradores relataram supostos erros durante a avaliação dos imóveis para estipular o valor da indenização.

O protesto foi pacífico e uma equipe da Polícia Militar acompanhou tudo de longe. A Norte Energia informou que vai avaliar os pedidos dos maninfestantes e dará uma resposta num prazo de dois dias.

Leia abaixo a carta pública divulgada pelos manifestantes:

“Nós os moradores de Altamira nos bairros Baixão do Tufi, Açaizal, Olaria, Ferro Velho, Sudam I e II, que estamos sendo desalojados ou (expropriados) das nossas casas estamos aqui para dizer o seguinte: Vivemos nesses bairros construídos pelas nossas famílias há muitos anos junto ao centro da cidade, com livre acesso a todos os serviços essenciais, escolas, hospitais, comercio, farmácias, bancos, igrejas, delegacias, correios, lazer, transportes e não tivemos escolha ao sermos retirados de nossas casas para locais desertos sem infraestruturas de serviços essenciais e muito distantes. Além de nunca ter tido as nossas opiniões levadas em consideração pela Norte Energia e pelo Governo do Brasil, que decidiram fazer a obra da Usina Hidrelétrica Belo Monte, estamos sendo diariamente desrespeitados no processo de reassentamento e de indenização.

Estamos aqui denunciando a forma desrespeitosa como a empresa Diagonal (contratada pela Norte Energia para assumir o processo de cadastramento, reassentamento e indenização iniciado pela empresa Elabore) está tratando a nossa população.

O processo de negociação não é justo nem equilibrado, a empresa é representada por um corpo técnico formado por advogados, psicólogos, assistentes sociais, engenheiros e outros profissionais enquanto nós não temos ninguém ao nosso lado! Não temos direito a defesa Jurídica, isto se constitui um crime!

Idosos, analfabetos, trabalhadores de baixa escolaridade e mulheres são tratados com preconceito e são muito pressionados para assinarem o termo de concordância e entrega dos seus imóveis.

Não concordamos com os valores das indenizações que não condizem com o mercado imobiliário de Altamira.

O direito de manutenção da vizinhança não é respeitado, fazendo com que pessoas que construíram relações durante anos sejam reassentados para diferentes bairros.

Nossas casas são construídas para comportarem mais de um agregado familiar, e isso é ignorado por essas empresas que negam o direito a uma casa para cada família.

O PBA( Plano Básico Ambiental) é descumprido e alterado quando é conveniente para Norte Energia, e nunca para atender as nossas demandas os nossos direitos.

Assim sendo, exigimos o total respeito e a efetivação dos nossos direitos:

• DIREITO À MORADIA DIGNA, com toda infraestrutura nos bairros ( projeto original)

• RESPEITO AO HISTÓRICO DA VIZINHANÇA

• UMA CASA PARA CADA FAMÍLIA

• INDENIZAÇÃO JUSTA QUE PERMITA ADQUIRIR OUTRO IMÓVEL DE MELHOR QUALIDADE DO QUE O QUE A PESSOA FOI OBRIGADA SAIR

• REVISÃO DO CADERNO DE PREÇOS COM A PARTICIPAÇÂO DAS FAMILIAS PROPIETARIAS DOS IMOVEIS.

EXIGIMOS QUE PARE BELO MONTE enquanto não efetivarem o cumprimento dos nossos DIREITOS!”