Por: Márcia Junges | Tradução: Luísa Flores Somavilla | 21 Outubro 2017
Há algum tempo Roberto Esposito sugeriu que a filosofia de Nietzsche “deve ser lida como formando e informando o paradigma da biopolítica”, argumenta Vanessa Lemm na entrevista concedida à IHU On-Line por e-mail. Um dos quatro significados do termo que emergem a partir de leituras do filósofo italiano acerca de Nietzsche é aquele de uma biopolítica afirmativa, “orientada para a transformação em comunidade e justiça. A partir da perspectiva da biopolítica afirmativa, a comunidade só é possível pelo que é diferente e plural, singular e impessoal.” E acrescenta: “Penso que Nietzsche pode ser considerado um pensador da comunidade na medida em que sua filosofia demonstra um esforço na direção da pluralização e da diversificação, em que a última sempre pode ser pensada apenas dentro e através da relação com o outro.”
Vanessa Lemm (Foto: University of New South Wales)
Vanessa Lemm é doutora em Filosofia pela New School for Social Research, Estados Unidos, mestra pelo Kings College University of London, Inglaterra, e graduada pela Universidade de Paris I Panthéon-Sorbonne. Leciona e dirige a Escola de Humanidades da Universidade de New South Wales, em Sydney, Austrália. Suas pesquisas se concentram na filosofia de Friedrich Nietzsche, pensamento político contemporâneo e biopolítica, bem como filosofias da cultura, teorias da justiça e dom. Entre outros é autora de Nietzsche’s Animal Philosophy: Culture, Politics and the Animality of the Human Being (Fordham University Press 2009), Nietzsche y el pensamiento político contemporáneo (Fondo de Cultura Economica 2013) e Nietzsche y el devenir de la vida (Fondo de Cultura Economica 2014).
Confira a entrevista.
IHU On-Line – No que consiste a "filosofia animal" de Nietzsche [1]? Como essa filosofia entrelaça cultura, política e animalidade humana?
Vanessa Lemm – A "Filosofia Animal" de Nietzsche consiste em uma série de elementos: em primeiro lugar, pode-se dizer que a filosofia de Nietzsche é darwinista, pois Nietzsche entende o ser humano como animal, ou seja, uma forma de vida que se mantém em continuidade direta com a vida animal. Em Assim falou Zaratustra, Nietzsche emprega a metáfora da corda para descrever o status especial do ser humano como uma ligação entre o animal e o sobre-humano. Ao contrário de Darwin [2], no entanto, Nietzsche não é biólogo, mas filósofo. Ele não compreende a vida animal humana em termos biológicos ou naturalistas. Em vez disso, a filosofia de Nietzsche pergunta qual a natureza do ser humano como um animal que produz cultura, política, moralidade, história e filosofia. O que é interessante sobre a concepção de cultura de Nietzsche é que a cultura não pode ser reduzida à autocriação humana. Pelo contrário, o que distingue a vida animal humana é a sua capacidade de autossuperação, entendida como um movimento inerente à natureza e que não transcende a vida animal.
IHU On-Line – Em que aspectos a filosofia de Nietzsche abre espaço à liberdade, baseada na restauração da animalidade humana?
Vanessa Lemm – A questão da liberdade em Nietzsche é uma questão difícil e complexa. Uma maneira de abordá-la é talvez através de sua concepção de autossuperação como uma experiência que abre um espaço de liberdade. O que é libertador nesta experiência é a superação de certas normas e valores que incorporamos, mas que são antinaturais. Como tal, Nietzsche prevê a superação da moral cristã, suas normas, valores e visão de mundo, como inerentemente libertadora.
Quando Nietzsche fala da retradução do ser humano à natureza, não penso que ele queira dizer a restauração da animalidade humana ou da natureza humana como uma origem, uma substância ou um dado. Na minha opinião, precisamos entender a natureza, incluindo a natureza humana, em relação ao futuro. A questão da natureza animal do ser humano vem com a tarefa de definir não quem somos e de onde viemos, mas quem mais poderíamos nos tornar. Ao abrir a natureza (animal) ao horizonte da transformação futura e da metamorfose, a filosofia de Nietzsche abre espaço para a liberdade e a criatividade.
IHU On-Line – Com base nas categorias contrastantes de cultura e civilização, por que a esfera da vida animal é tão importante em seu pensamento?
Vanessa Lemm – Fico intrigada com a forma como Nietzsche conceituou os processos de cultura e civilização através de suas diferentes relações com a animalidade do ser humano. No entanto, pode-se dizer o mesmo a respeito de seu pensamento sobre a natureza e outras formas de vida, como a das plantas. Em meu trabalho recente, tentei aplicar algumas dessas ideias ao pensamento de Nietzsche sobre as plantas. Pode-se argumentar que a filosofia de Nietzsche é uma filosofia vegetal. A respeito dessa questão, veja, por exemplo, as recentes obras de Michael Marder [3], em que fala de Nietzsche como defensor do reconhecimento do íntimo parentesco do ser humano com a vida vegetal.
IHU On-Line – Qual é a crítica de Nietzsche à política em geral e à democracia liberal do século XIX em particular?
Vanessa Lemm – Não tenho certeza se eu diria que Nietzsche formula uma crítica geral da política. Vale ressaltar que Nietzsche tem muitas coisas positivas a dizer sobre as polis gregas e as instituições romanas. No entanto, ele critica certas instituições políticas, como o Estado-nação moderno; movimentos políticos como o anarquismo, o nacionalismo, o socialismo e o comunismo; a "pequena política", que contrasta com "grande política" etc. Como tal, sua crítica à política talvez seja mais bem compreendida dentro da crítica mais geral à modernidade europeia. É por isso que entendo Nietzsche sobretudo como um filósofo da cultura, e não como um filósofo político. Isso não significa que sua crítica à política ou sua filosofia política seja irrelevante ou insignificante.
Como muitos comentaristas apontaram, em relação à sua crítica à democracia liberal do século XIX, não há nada particularmente original na visão de Nietzsche. O que ele tem a dizer sobre a democracia liberal do século XIX é muito semelhante ao que os pensadores tipicamente associados à tradição liberal, como John Stuart Mill [4] e Alexis de Tocqueville [5], têm a dizer sobre os perigos da democracia e o surgimento das sociedades de massa. Todos esses pensadores do século XIX, entre outros, estavam preocupados com o conformismo social, por um lado, e com a demagogia, por outro. Isso pode explicar por que alguns veem Nietzsche como um pensador liberal. No entanto, nem Stuart Mill nem Tocqueville pareciam estar cientes do que Foucault [6] referia como biopolítica, um novo paradigma de poder político. A forma como Nietzsche problematiza a vida e como essa problematização é assumida pela política é a característica distintiva da sua filosofia política.
IHU On-Line – Em que aspectos essa crítica representa uma possibilidade de pensar outra política e outro tipo de comunidade?
Vanessa Lemm – Durante o século XX, a recepção das ideias políticas de Nietzsche centrou-se principalmente em se a sua filosofia é a -, não - ou antipolítica, se o seu pensamento pode ser assimilado à democracia moderna ou se é antimoderno, elitista e reacionário. Em contraste com essas leituras tradicionais, o filósofo italiano Roberto Esposito [7] recentemente apresentou a tese de que a filosofia de Nietzsche deve ser lida como formando e informando o paradigma da biopolítica. Com base na leitura de Esposito, podem-se distinguir pelo menos quatro significados diferentes do termo biopolítica e, portanto, também quatro leituras diferentes de Nietzsche como pensador da biopolítica. Primeiro, temos a leitura de Esposito segundo a qual Nietzsche descobre o paradigma imunitário. A ideia de imunidade é crucial para Esposito, porque resolve a questão de como uma política para a vida pode se transformar em uma tanatopolítica, uma política de morte.
Em segundo lugar, temos a ideia de Nietzsche como um representante da biopolítica tanatopolítica ou totalitária, associada à ideia nietzschiana de grande política entendida como uma forma de racismo com o intuito de produzir uma nova humanidade.
Em terceiro lugar, Nietzsche pode ser interpretado como um precursor da biopolítica liberal e neoliberal, em que a crítica de Nietzsche ao Estado moderno está de mãos dadas com a defesa do individualismo e a figura nietzschiana da Übermensch reflete a encarnação de uma espécie de superempreendedor, concebido como um sujeito econômico ativo.
Finalmente, Esposito apresenta Nietzsche como um pensador da biopolítica afirmativa, em que a concepção nietzschiana da vida como vontade de potência reflete a luta pela comunidade e pela justiça. Esta também é a posição que defendi no meu trabalho sobre Nietzsche, a animosidade e a filosofia política contemporânea.
IHU On-Line – Pode-se dizer que a filosofia política de Nietzsche pode dar origem a uma visão biopolítica afirmativa? O que isso significa?
Vanessa Lemm – A biopolítica afirmativa é uma política orientada para a transformação em comunidade e justiça. Como aponta Esposito, a comunidade representa uma experiência do comum, em que este não designa uma identidade compartilhada ou experiência comum baseada em algum tipo de sentimento nacionalista ou de pertença que elimine as diferenças, mas designa a comunalidade do que é inerentemente plural e singular. Em outras palavras, a partir da perspectiva da biopolítica afirmativa, a comunidade só é possível pelo que é diferente e plural, singular e impessoal, como afirma Esposito. Penso que Nietzsche pode ser considerado um pensador da comunidade na medida em que sua filosofia demonstra um esforço na direção da pluralização e da diversificação, em que a última sempre pode ser pensada apenas dentro e através da relação com o outro.
Este esforço orientado à comunidade vem com um esforço à justiça, onde ela não se refere a uma relação recíproca e contratual entre iguais com base em uma economia de troca de acordo com o melhor interesse de ambas as partes, mas designa uma relação assimétrica dadivosa que é inerentemente a-econômica e na qual o que nos liga um ao outro é o fato de que devemos um ao outro. Somos vinculados por uma mútua responsabilidade infinita, uma dívida infinita que nunca se esgota, e é à luz dessa dívida que recai sobre nós que somos iguais. Em outras palavras, na perspectiva da biopolítica afirmativa, a justiça é baseada na dádiva e despesas. É a-liberal e antiutilitarista. A concepção de Nietzsche sobre a dádiva, como articulada em Assim Falava Zaratustra, entre outros textos, exemplifica essa segunda característica da biopolítica afirmativa de Nietzsche.
Até aqui e em termos muito gerais, podemos dizer que essa concepção de comunidade e justiça é compatível com as ideias de comunidade encontradas na filosofia contemporânea, desde Bataille [8] e Blanchot [9] a Nancy [10] e Agamben [11]. O que distingue, digamos, essas compreensões pós-modernas tradicionais de comunidade é que o vínculo comum é provido principalmente pela linguagem, independentemente de se por língua entendemos um determinado idioma prático, falado e vivido, ou se a entendemos como uma entidade ontológica, como a casa do ser, conforme Heidegger [12]. Em contraste, em uma biopolítica afirmativa, é uma vida compartilhada que funciona como a força unificadora entre diferentes formas de vida. Como tal, oferece uma maneira de pensar a comunidade e a vida em conjunto. Penso que a concepção de Nietzsche de vontade de potência fornece uma resposta à questão de como pensar a comunidade e a vida em conjunto.
É importante ressaltar aqui que em uma biopolítica afirmativa em que a vida e a comunidade são pensadas em conjunto, vida não designa algo predeterminado, dado e identificável, como uma substância ou essência fixa e estável. Pelo contrário, a vida é aquilo que é inerentemente plural e pluralizante. A vida é múltipla, diversa, fluida. Segundo Nietzsche, a vida é algo que está em "eterno fluxo" e, como tal, resiste ao "uso". A vida é aquela que resiste e escapa à instrumentalização da vida.
A vida sempre está em devir e, como tal, é a exterioridade radical. Mas a exterioridade radical também é o que define a ideia de comunidade e, portanto, podemos dizer com Esposito que a vida é munus, a vida é relação, conexão, é o entre. Resumindo: é comunidade.
A vida como devir forma-se e transforma-se continuamente, cria e recria-se nos e entre seus múltiplos encontros com outras formas de vida. A vida é criativa, dá-se uma forma e ativamente cria e recria seus vários formatos ou formas de vida. Como tal, a vida não é apenas excedente, plenitude e superabundância, mas também criatividade, normatividade e criação de valor. Nietzsche contesta a visão de que existe uma perspectiva externa e superior da vida, que dá valor a ela ou concede o direito de viver. Em vez disso, vida e valor, vida e norma, vida e forma são inseparáveis. Ou, em outras palavras, a produção de valor, norma e forma estão inscritas e são inerentes à vida.
Assim, a biopolítica afirmativa supera a separação entre o que é cultural e o que é natural, o que é técnico e biológico, o que é bios e zoé. Do seu ponto de vista, a natureza é sempre cultura e a cultura é sempre natureza. É a superação dessa separação que penso estar envolvida na afirmação da vida de Nietzsche.
A vantagem de uma concepção afirmativa e biopolítica de comunidade é que nos permite pensar formas de vida comuns e compartilhadas entre humanos e outras formas de vida. No Antropoceno, tornou-se evidente que os seres humanos precisam criar comunidades e aprender a estar nelas com outras formas de vida. Essas comunidades, obviamente, não podem mais se basear no pressuposto de que todos os participantes compartilham a mesma linguagem humana e, portanto, parece que ficou claro que as concepções tradicionais de comunidade baseadas na linguagem são como moedas que perderam seu valor de uso.
Em contraste com as concepções tradicionais de "comunidade humana, muito humana", a ideia de comunidade encontrada na biopolítica afirmativa é sobre-humana. Reflete uma tentativa de pensar a vida comum a partir de uma perspectiva que não é antropocêntrica, nem antropomórfica. Destaco que isso é uma tentativa, porque não tenho certeza se essa perspectiva é realmente possível. Lembremos que, para Nietzsche, todo conhecimento é inerentemente perspectivo, e ele amplia esse perspectivismo além do humano, para outras formas de vida. Para Nietzsche, também o animal e a planta veem o mundo a partir de suas perspectivas, uma perspectiva que é certamente diferente da nossa, mas tão valiosa quanto a nossa quando se trata de captar uma imagem mais completa da vida. Numa biopolítica afirmativa, o humano é pensado no contexto da totalidade da vida e, além disso, como uma forma de vida que é alterada por sua relação com outras formas de vida de que é profundamente dependente. Assim, afirma a inter-relação radical entre formas de vida.
Essa ideia de inter-relação radical me leva à concepção de política subjacente à biopolítica afirmativa. Numa biopolítica afirmativa, a política já não designa o domínio dos assuntos humanos. Pelo contrário, como defende Esposito, é a própria vida que é sempre política. Dado que, de acordo com a biopolítica afirmativa, a vida é uma força pluralizadora e diversificadora, a política da vida e a vida da política refletem uma relação em contínua alteração e modificação, que não se acomoda em um fundamento jurídico-político da política. É essa relação antifundacional entre a vida e o poder político que leva Esposito, depois de Nietzsche, a contestar as categorias jurídico-políticas da sociedade moderna, como a liberdade negativa e a igualdade formal, bem como o discurso autolegitimativo sobre o contrato social, segundo o qual o poder político é resultado de indivíduos livres que concordam com um pacto fundacional. Nessa visão, a biopolítica afirmativa faz uma crítica radical à sociedade democrática moderna e a suas ideologias liberais.
No entanto, de acordo com a concepção do poder de Nietzsche, não existe uma superação final de luta, competição e guerra, nenhuma solução definitiva para o equilíbrio final das forças da vida, mas, em vez disso, há conflito e disputa contínuos, produtivos e abertos. Nietzsche acredita que o conflito e a competição só podem ser produtivos e frutíferos quando as relações de poder refletem um equilíbrio — não pode haver competição entre fracos e fortes, mas sempre somente entre forças mais ou menos iguais. Aqui, equilíbrio e igualdade são o ponto de partida do conflito produtivo, a constituição de uma ordem jurídica que não se instala em uma forma final e absoluta.
Finalmente, como "teoria crítica" e "desconstrução", a biopolítica afirmativa procura responder à questão do totalitarismo, em particular, o que Foucault chamou de tanatopolítica. Onde este vê uma distinção e hierarquia entre as espécies, uma biopolítica afirmativa pensa a unidade e a continuidade da totalidade da vida em que, como afirma Esposito, "nenhuma parte pode ser destruída em favor de outra: toda vida é uma forma de vida e toda forma se refere a uma vida" (Esposito 2008, 194, tradução livre). Não existe uma hierarquia entre formas de vida e todas as formas de vida são afirmadas indiscriminadamente. A afirmação da inter-relação e da interconectividade de todas as formas de vida e sua equivalência é tão importante para a biopolítica afirmativa porque contraria tanto o racismo como o especismo encontrado na base da tanatopolítica.
A biopolítica afirmativa responde à criação espúria de espécies dentro da humanidade e entre seres humanos e outros animais, caracterizando a biopolítica totalitária e liberal através da afirmação da continuidade entre a vida humana, a animal e outras formas de vida, contribuindo assim para a pluralização de formas de vida inerentemente singulares. O desafio é criar novas políticas que promovam e aprimorem formas de vida compartilhadas e em comum com outros animais. Em suma, uma política de vida ao invés de uma política sobre a vida.
Notas:
[1] Friedrich Nietzsche (1844-1900): filósofo alemão, conhecido por seus conceitos além-do-homem, transvaloração dos valores, niilismo, vontade de poder e eterno retorno. Entre suas obras, figuram como as mais importantes Assim falou Zaratustra (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998), O anticristo (Lisboa: Guimarães, 1916) e A genealogia da moral (São Paulo: Centauro, 2004). Escreveu até 1888, quando foi acometido por um colapso nervoso que nunca o abandonou até o dia de sua morte. A Nietzsche foi dedicado o tema de capa da edição número 127 da IHU On-Line, de 13-12-2004, intitulado Nietzsche: filósofo do martelo e do crepúsculo. A edição 15 dos Cadernos IHU em formação é intitulada O pensamento de Friedrich Nietzsche. Confira, também, a entrevista concedida por Ernildo Stein à edição 328 da revista IHU On-Line, de 10-5-2010, intitulada O biologismo radical de Nietzsche não pode ser minimizado, na qual discute ideias de sua conferência A crítica de Heidegger ao biologismo de Nietzsche e a questão da biopolítica, parte integrante do Ciclo de Estudos Filosofias da diferença – Pré-evento do XI Simpósio Internacional IHU: O (des)governo biopolítico da vida humana. Na edição 330 da revista IHU On-Line, de 24-5-2010, leia a entrevista Nietzsche, o pensamento trágico e a afirmação da totalidade da existência, concedida pelo professor Oswaldo Giacoia. Na edição 388, de 9-4-2012, leia a entrevista O amor fati como resposta à tirania do sentido, com Danilo Bilate. (Nota da IHU On-Line)
[2] Charles Darwin (Charles Robert Darwin, 1809-1882): naturalista britânico, propositor da teoria da seleção natural e da base da teoria da evolução no livro A Origem das Espécies. Organizou suas principais ideias a partir de uma visita ao arquipélago de Galápagos, quando percebeu que pássaros da mesma espécie possuíam características morfológicas diferentes, o que estava relacionado com o ambiente em que viviam. Em 30-11-2005, a professora Anna Carolina Krebs Pereira Regner apresentou a palestra obra Sobre a origem das espécies através da seleção natural ou a preservação de raças favorecidas na luta pela vida, de Charles Darwin, no evento Abrindo o Livro, do Instituto Humanitas Unisinos - IHU. Sobre o assunto, confira as edições 300 da IHU On-Line, de 13-7-2009, Evolução e fé. Ecos de Darwin, e 306, de 31-8-2009, intitulada Ecos de Darwin. De 9 a 12-9-2009, o IHU promoveu o IX Simpósio Internacional IHU: Ecos de Darwin. (Nota da IHU On-Line)
[3] Michael Marder: filósofo, professor na Diego Portales University, no Chile. Especialista em filosofia política, também se ocupa das questões relativas à ética acerca da vida das plantas. De suas obras, citamos Energy Dreams: Of Actuality (Columbia University Press, 2017) e The Philosopher's Plant: An Intellectual Herbarium (Columbia University Press, 2014). (Nota da IHU On-Line)
[4] John Stuart Mill (1806-1873): filósofo e economista inglês. Um dos pensadores liberais mais influentes do século XIX, defensor do utilitarismo. (Nota da IHU On-Line)
[5] Alexis Carlis Clerel de Tocqueville (1805-1859): pensador político e historiador francês, autor do clássico A democracia na América (São Paulo: Martins Fontes, 1998-2000). (Nota da IHU On-Line)
[6] Michel Foucault (1926-1984): filósofo francês. Suas obras, desde a História da Loucura até a História da sexualidade (a qual não pôde completar devido a sua morte), situam-se dentro de uma filosofia do conhecimento. Foucault trata principalmente do tema do poder, rompendo com as concepções clássicas do termo. Em várias edições, a IHU On-Line dedicou matéria de capa a Foucault: edição 119, de 18-10-2004; edição 203, de 6-11-2006; edição 364, de 6-6-2011, intitulada 'História da loucura' e o discurso racional em debate; edição 343, O (des)governo biopolítico da vida humana, de 13-9-2010, e edição 344, Biopolítica, estado de exceção e vida nua. Um debate. Confira ainda a edição nº 13 dos Cadernos IHU em formação, Michel Foucault – Sua Contribuição para a Educação, a Política e a Ética. (Nota da IHU On-Line)
[7] Roberto Esposito: (1950) filósofo italiano, nascido em Nápolis, especialista em filosofia moral e política. É reconhecido principalmente pelas contribuições ao debate acerca da biopolítica. De sua vasta produção bibliográfica, citamos Pensiero vivente. Origine e attualità della filosofia italiana (2010), Bios. Biopolítica e Filosofia (Edições 70: 2010), L’origine della politica. Hannah Arendt o Simone Weil? (Donzellí: 1996). Termos da política: comunidade, imunidade, biopolítica (Curitiba: Ed. UFPR, 2017) (Nota da IHU On-Line)
[8] Georges Bataille (1897-1962): escritor, antropólogo e filósofo francês. O erotismo, a transgressão e o sagrado são temas abordados em seus escritos. Sua correspondência foi publicada em 1997 pela Gallimard sob o título Choix de lettres 1917-1962. (Nota da IHU On-Line)
[9] Maurice Blanchot (1907-2004): filósofo, romancista, crítico literário e jornalista francês, autor de O espaco literário (Rio de Janeiro: Rocco, 2000), Pena de morte (Rio de Janeiro: Imago, 1991) e El paso (no) más Allá (Barcelona: Paidós, 1994). (Nota da IHU On-Line)
[10] Jean-Luc Nancy (1940): é um filósofo francês. A obra de Nancy é marcada pelo grande tamanho de publicações e pela heterogeneidade de temas. Datam da década de 1960 o início de suas reflexões, que atravessam desde a leitura de filósofos clássicos (Descartes, Kant, Hegel), ao envolvimento com figuras essenciais para a filosofia francesa do século 20 (Nietzsche, Heidegger, Bataille, Merleau-Ponty, Derrida etc.), assim como reflexões sobre arte e literatura. (Nota da IHU On-Line)
[11] Giorgio Agamben (1942): filósofo italiano. É professor da Facolta di Design e arti della IUAV (Veneza), onde ensina Estética, e do College International de Philosophie de Paris. Formado em Direito, foi professor da Universitá di Macerata, Universitá di Verona e da New York University, cargo ao qual renunciou em protesto à política do governo estadunidense. Sua produção centra-se nas relações entre filosofia, literatura, poesia e, fundamentalmente, política. Entre suas principais obras estão Homo Sacer: o poder soberano e a vida nua (Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2002), A linguagem e a morte (Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2005), Infância e história: destruição da experiência e origem da história (Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2006); Estado de exceção (São Paulo: Boitempo Editorial, 2007), Estâncias – A palavra e o fantasma na cultura ocidental (Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2007) e Profanações (São Paulo: Boitempo Editorial, 2007). Em 4-9-2007, o sítio do Instituto Humanitas Unisinos - IHU publicou a entrevista Estado de exceção e biopolítica segundo Giorgio Agamben, com o filósofo Jasson da Silva Martins. A edição 236 da IHU On-Line, de 17-9-2007, publicou a entrevista Agamben e Heidegger: o âmbito originário de uma nova experiência, ética, política e direito, com o filósofo Fabrício Carlos Zanin. A edição 81 da publicação, de 27-10-2003, teve como tema de capa O Estado de exceção e a vida nua: a lei política moderna. Em 30-6-16, o professor Castor Bartolomé Ruiz proferiu a conferência Foucault e Agamben. Implicações Ético Políticas do Cristianismo. De 16-3-2016 a 22-6-2016, Ruiz ministrou a disciplina de Pós-Graduação em Filosofia e também validada como curso de extensão através do IHU intitulada Implicações ético-políticas do cristianismo na filosofia de M. Foucault e G. Agamben. Governamentalidade, economia política, messianismo e democracia de massas, que resultou na publicação da edição 241ª dos Cadernos IHU Ideias, intitulado O poder pastoral, as artes de governo e o estado moderno. Em 23 e 24-5-2017, o IHU realizou o VI Colóquio Internacional IHU – Política, Economia, Teologia. Contribuições da obra de Giorgio Agamben, com base sobretudo na obra O reino e a glória. Uma genealogia teológica da economia e do governo (São Paulo: Boitempo, 2011. Tradução de: Il regno e la gloria. Per una genealogia teológica dell’ecconomia e del governo. Publicado originalmente por Neri Pozza, 2007). Saiba mais aqui. Confira, ainda, a edição 505 da revista IHU On-Line, de 22-5-2017, intitulada Giorgio Agamben e a impossibilidade de salvação da modernidade e da política moderna. (Nota da IHU On-Line)
[12] Martin Heidegger (1889-1976): filósofo alemão. Sua obra máxima é O ser e o tempo (1927). A problemática heideggeriana é ampliada em Que é Metafísica? (1929), Cartas sobre o humanismo (1947) e Introdução à metafísica (1953). Sobre Heidegger, confira as edições 185, de 19-6-2006, intitulada O século de Heidegger, e 187, de 3-7-2006, intitulada Ser e tempo. A desconstrução da metafísica. Confira, ainda, Cadernos IHU em formação nº 12, Martin Heidegger. A desconstrução da metafísica, e a entrevista concedida por Ernildo Stein à edição 328 da revista IHU On-Line, de 10-5-2010, intitulada O biologismo radical de Nietzsche não pode ser minimizado, na qual discute ideias de sua conferência A crítica de Heidegger ao biologismo de Nietzsche e a questão da biopolítica, parte integrante do ciclo de estudos Filosofias da diferença, pré-evento do XI Simpósio Internacional IHU: O (des)governo biopolítico da vida humana. (Nota da IHU On-Line)
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Uma política de vida ao invés de uma política sobre a vida. A biopolítica afirmativa de Nietzsche. Entrevista especial com Vanessa Lemm - Instituto Humanitas Unisinos - IHU